62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | De “imprecisão” a criatividade: uma discussão sobre o trabalho com léxico |
Autor(es): | Jacqueline Jorente. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | Criatividade, Criatividade, Enunciação |
Resumo |
Baseada em uma aproximação entre a “Teoria das Operações Predicativas e Enunciativas”, de Antoine Culioli, e o ensino e aprendizagem de línguas, esta comunicação visa a discutir o trabalho com produção de textos, focando o conceito de criatividade. Em uma pesquisa que desenvolvemos observando a questão lexical em redações de vestibulandos, discutimos casos de “imprecisão lexical”. Trata-se de ocorrências próximas, mas distintas, de emprego de um termo ao invés de outro, considerado mais preciso para um dado contexto. O uso impreciso de termos acarreta prejuízo à nota obtida pelo aluno em sua produção textual, mas discutimos que, ao invés de ser considerados erros, esses casos deveriam merecer maior atenção em sala de aula. Instalando-se na fronteira entre uma noção e outra, seu uso não é despropositado e poderia servir a uma reflexão sobre significação. Encontramos a mesma nuance que envolveu um emprego feito por um aluno explorada em uma propaganda. Por que a publicidade estaria autorizada a propor certas construções e, então, nesse caso, o uso seria visto como criatividade e na redação escolar considerado erro? Esse caso leva-nos a um questionamento acerca do conceito de criatividade tal qual é concebido tradicionalmente e direciona algumas reflexões a serem promovidas no ensino. Adotando a concepção proposta por Franchi (2006), que vê criatividade como um processo, presente não só no comportamento divergente, mas também no convergente, defendemos a promoção da reflexão como caminho para uma ampliação da competência discursiva dos alunos almejada pelos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa (PCNs). Especificamente com relação à questão lexical, acreditamos que a busca por acuidade linguística deva ser um dos propósitos da escola e defendemos a reflexão sobre noções próximas, mas distintas, como caminho para a formação de alunos conscientes das escolhas que promovem quando trabalham com a linguagem e as línguas naturais. (Apoio: FAPESP - Processo 2012/14200-9) |