62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
---|---|
Título: | Comparação entre duas línguas Macro-Jê: Krenak e Maxakalí |
Autor(es): | Mário André Coelho da Silva. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | Hipótese Macro-Jê, Hipótese Macro-Jê, Maxakalí |
Resumo |
A hipótese do tronco línguístico Macro-Jê, de acordo com Rodrigues (1999), abarca de doze a quinze famílias linguísticas, sendo que a relação entre algumas delas já está bem estabelecida (Davis, 1968 para as famílias Jê, Karajá e Maxakalí; Boswood, 1973 para o Rikbaktsá; Seki, 2002 para o Jê e Krenak; Ribeiro e Voort, 2010 para o Jabuti e demais famílias citadas). A maior parte das línguas desta proposta encontra-se em território brasileiro. Em relação às famílias focadas neste trabalho, o Krenak é falado hoje no município de Resplendor-MG e originalmente ia desde o sul da Bahia até o Vale do Rio Doce em Minas Gerais e parte do que hoje é o estado do Espírito Santo. O Maxakalí, por sua vez, se encontra na região do Vale do Mucuri, também em Minas Gerais, mas a família se estendia da Bahia até o Vale do Jequitinhonha. O objetivo deste trabalho é, através do método histórico-comparativo, como apresentado por Hock (1991), demonstrar a relação entre as famílias Krenak e Maxakalí. Apesar de as duas famílias estarem de certa maneira já bem estabelecidas dentro da hipótese Macro-Jê, não encontramos trabalho que demonstre a relação destas duas línguas entre si. Outro motivo da relevância deste trabalho é que, se considerarmos a divisão geográfica apresentada por Rodrigues (1999) para o tronco linguístico ora em discussão, veremos que não há trabalhos que explicitem as relações de duas (ou mais) línguas do Macro-Jê Oriental. Portanto, este trabalho visa suprir esta lacuna e mostrar características em comum entre estas duas famílias. Vale lembrar, que no ramo oriental, ainda de acordo com Rodrigues (1999) somente estas duas famílias ainda possuem falantes (há também o Yatê, porém a inclusão desta língua dentro do Macro-Jê é circundada em controvérsia). No caso do Maxakalí, única língua viva da família homônima, existem aproximadamente 1500 falantes (Campos, 2009). Já para o Krenak, também única língua ainda existente dentro de seu grupo, há pouquíssimos falantes, todos já idosos (Pessoa, 2012). Deve-se deixar claro que, apesar de este trabalho visa explicitar as relações genéticas entre Krenak e Maxakalí, tentaremos, se possível, contrapor também estas duas famílias em relação às outras encontradas na proposta de classificação. Por fim, é nossa intenção entender melhor não somente as relações genéticas, mas também as relações de contato entre as duas famílias. |