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Programação do 62º seminário do GEL


62º SEMINáRIO DO GEL - 2014
Título: As formas imperativas em anúncios publicitários de jornais portugueses contemporâneos
Autor(es): Larissa Campoi Peluco, Juliana Bertucci Barbosa. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024
Palavra-chave sociolinguística, sociolinguística, jornais
Resumo

Esta pesquisa teve como objetivo central investigar se existe variação no uso das formas verbais em situações imperativas em anúncios publicitários  de jornais portugueses escritos a partir de 2001. Muitas obras chamam de “formas próprias (ou imperativo verdadeiro)” do imperativo, construções como “olha”, “abre” e “faz” em frases diretivas sem sujeito superficial, como, por exemplo: “Olha para menina!/Abre a porta! /Faz a tarefa!”. Além disso, para a expressão de atos diretivos afirmativos singulares com marca discursiva de respeito ou para atos diretivos negativos, também sem sujeito superficial, é apontado o emprego de formas do modo subjuntivo, denominadas de “formas supletivas” (por exemplo, Mateus et al, 2003, p.254-256; p.451-460). Investigações sobre o Português Brasileiro (PB), das regiões Sudeste e Centro-Oeste, evidenciam que a frequência de uso do imperativo verdadeiro (olha, abre, faz) na fala espontânea é de aproximadamente 90% (Scherre et al, 1998; Neta, 2000; Ferreira e Alves 2001; Silva, 2003; Lima 2005; Sampaio, 2004, etc).  Já sobre o português escrito, Peluco e Barbosa (2012) investigaram o uso das formas verbais em situações imperativas em anúncios publicitários extraídos de jornais escritos na cidade de Uberaba, MG-Brasil, a partir de 2001. Nessa pesquisa, as autoras selecionaram 80 ocorrências de formas imperativas, sendo que 78 ocorrências foram do imperativo associado ao subjuntivo. Peluco e Barbosa encontraram apenas duas formas associadas ao indicativo, formas consideradas pelas autoras como estruturas cristalizadas do português brasileiro. Ao fim da análise apontaram que português escrito uberabense, em contraste com a língua falada, ainda não há variação no uso da função imperativa. Partindo desses – e de outros – apontamentos, verificamos qual a forma imperativa mais frequente no Português de Portugal escrito contemporâneo, comparando com os resultados de Peluco e Barbosa (2012). Para isso, foi organizado um corpus composto por anúncios publicitários escritos extraídos de jornais portugueses online publicados a partir do ano de 2001. Partimos de estudos como de Pombal (2003), que sugerem que o gênero textual “anúncio publicitário” apresenta alguns usos linguísticos considerados inovadores dentro da língua devido a sua abertura para um texto menos formal, de acordo com a situação e a necessidade do falante, o que demonstra sua força e relevância como forma de expressão viva da língua portuguesa. Conhecer quais são as variações presentes no Português de Portugal atual contribui no levantamento de características peculiares da escrita desta comunidade, além de possibilitar comparações com o Português Brasileiro.