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Programação do 62º seminário do GEL


62º SEMINáRIO DO GEL - 2014
Título: O Livro de Sonetos na poética de Jorge de Lima
Autor(es): Luciano Marcos Dias Cavalcanti. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 23/11/2024
Palavra-chave inspiração, inspiração, Livro de Sonetos
Resumo

A poesia de Jorge de Lima pode ser dividida, de maneira didática, em duas grandes vertentes. A primeira delas se caracteriza pelo caráter mimético, na qual o poeta descreve, principalmente, um ambiente regional de modo simples e claro. Essa perspectiva poética é bem representada pelos livros Poemas (1927), Novos Poemas (1929), Poemas Escolhidos (1932) e Poemas Negros (1947). A segunda vertente se configura pelo processo de interiorização pelo qual passa sua poesia, na qual a palavra assume ser elemento privilegiado. De acordo com Waltensir Dutra, o procedimento formal que possibilita esta transformação nos permite refletir sobre os diversos modos do fazer poético limiano: “À medida que o poeta se interioriza, deixa de ser conceituoso para ir-se tornando imagístico, e o que é mais importante, vai substituindo o símile pela metáfora.” (DUTRA, 1997, p. 150). Esse tipo de perspectiva poética insinua-se em Tempo e Eternidade (1935) e se aprofunda em A Túnica Inconsútil (1938) e em Anunciação e Encontro de Mira-Celi (1943), mas se realiza amplamente no Livro de Sonetos (1949) e, sobretudo, em Invenção de Orfeu (1952). O Livro de Sonetos foi saudado por Fausto Cunha como “o mais importante lançamento poético de 1949”, isto porque, segundo a concepção do crítico, o livro revela dois fatos importantes para o cenário literário brasileiro: a relevância da poética de Jorge de Lima e própria “evolução de nosso Modernismo.” (CUNHA, 1958, p. 559). Nesse livro, o que há de mais característico é o modo como o poeta se utiliza da palavra que, segundo Cunha, “atinge alto grau de valorização, próximo do encantamento, do virtuosismo, da abstração rítmico-sonora, (...).” (CUNHA, 1958, p. 560). Nesta comunicação, pretendemos analisar o Livro de Sonetos, observando a forma como Jorge de Lima se utiliza da inspiração, do trabalho técnico e da memória para a elaboração de seus poemas.