62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | Pronomes de segunda pessoa do singular: alternativa metodológica |
Autor(es): | Ivanilde da Silva. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | Sociolinguística , Sociolinguística , pronomes tu-você |
Resumo |
Este trabalho apresentará pronomes relacionados à segunda pessoa do singular na fala popular de São José dos Campos-SP e está baseado nos pressupostos teórico-metodológicos da Sociolinguística Variacionista (Cf.: LABOV [1972] 2008). As primeiras pesquisas sociolinguísticas foram desenvolvidas a partir de entrevistas com apenas um indivíduo que somado a outros contabilizavam grande quantidade de dados fonético-fonológicos em variação, estes condicionados por fatores linguísticos e sociais. Assim o pesquisador obtinha uma amostra representativa do vernáculo de dada comunidade de fala para investigar língua, variação e mudança, fatos observados e sistematizáveis. Além desses pressupostos da teoria variacionista, ela objetiva também tornar os falantes protagonistas de cenários sociais em constante transformação (Cf.: MORENO FERNÁNDEZ, 2012) e, por isso, estudos recentes diversificaram o método de coletar dados (tu-você) distribuindo mais de um entrevistado no decorrer de entrevistas secretas e não-secretas (Cf.: MODESTO, 2006; CALMON, 2010; MARTINS, 2010) com o intuito de provocar conversas, afastando, dessa maneira, a noção de longas narrativas pessoais e da pouca intervenção do pesquisador/documentador como sugere o modelo laboviano. Os resultados das três amostras organizadas para este trabalho apontam para o fato de que o pronome você/sujeito seja o uso preferencial da comunidade em questão, apesar de alguns falantes serem oriundos de outras regiões brasileiras, já outras funções pronominais como as objetivas, por exemplo, tendem para o uso das formas do tu. Possivelmente práticas colaborativas relacionadas a mais de um interlocutor propiciem este contexto léxico-gramatical mais híbrido quanto às formas em uso, difíceis de serem sistematicamente observadas na fala natural/cotidiana. O método para coletar dados quantificáveis e confiáveis está baseado na maneira alternativa de colher fatos linguísticos (Cf.: CALMON, 2010; MARTINS, 2010) no que se refere ao uso do gravador e autorização para fins acadêmicos das conversas, procedimentos estes realizados ao final das abordagens interativas em “comunidades de prática” (Cf.: ECKERT, 2012). Noção esta que ampliou a ideia de comunidade de fala possuidora de traços sociolinguísticos compartilhados e comuns, mas distintos de outros grupos sociais e étnicos, para empreendimentos comuns cotidianos de grupos de falantes como os das três amostras aqui analisadas: trabalhadores braçais, rotulados socialmente como baixa renda, representando, por sua vez, uma pequena parcela dos usuários do Português Popular Falado, variedade que também faz parte da história do Português do Brasil (Cf.: RODRIGUES, 1987). |