62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | A perspectiva discursivista sustentando a criação de verbetes |
Autor(es): | Thainara Petri Rodrigues. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | dicionário na sala de aula, dicionário na sala de aula, desconstruindo sentidos |
Resumo |
O presente trabalho tem o propósito de mostrar o funcionamento do dicionário como instrumento didático-pedagógico na prática da sala de aula, no ensino de Língua Portuguesa. O uso do dicionário já é algo estabilizado, ele funciona como detentor de um saber instituído sobre a língua, mas a perspectiva discursivista nos conduz a refletir sobre essa pretensa completude do dicionário. Nossa proposta é desconstruir esses sentidos e propor outras interpretações de para os verbetes presentes em dicionários, buscando trabalhar com os diferentes tipos de dicionários, explicitando diferenças e semelhanças. No caso da experiência que realizamos, foi dada uma especial ênfase aos dicionários regionalistas sul rio-grandenses. A experiência foi realizada em uma turma de ensino fundamental, ao longo das Disciplinas de Estágio Supervisionado I e II Português e Literaturas. Foram realizadas as seguintes etapas: visita a escola, observações em sala de aula, conversa com a professora, aplicação de um questionário sobre dicionário, elaboração de um minidicionário e (re)aplicação do questionário. Este trabalho se sustenta no aparato teórico da Análise de Discurso de Escola Francesa, fundada por Michel Pêcheux. Ao nosso ver a Análise do Discurso (AD), desde a sua fundação, vem contribuindo com as discussões próprias a área da Lingüística Aplicada, da Metodologia e da Didática do ensino de línguas, pois propõe a mudança do objeto de análise, que sai do domínio frasal ou textual e passa para o domínio do discurso, propondo diferentes metodologias de análise. A pesquisa tem como objetivo geral compreender a relação dos alunos com o dicionário e as possibilidades de funcionamento desse instrumento linguístico (Auroux, 1992) na vida escolar. Como corpus de análise temos o questionário que foi aplicado duas vezes na turma, uma anteriormente a produção de um minidicionário e outro após. A questão que nos move é saber se é possível desmitificar o funcionamento do dicionário como um detentor do saber sobre as palavras da língua, bem como queremos saber se ele pode passar a funcionar como mais um lugar de realização das relações entre sujeito e língua. Os resultados, ainda preliminares, indicam que os alunos se deram conta que esse instrumento linguístico não é o detentor de um saber absoluto e inquestionável e que os sentidos sempre podem ser outros (Orlandi, 1996). |