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Programação do 62º seminário do GEL


62º SEMINáRIO DO GEL - 2014
Título: Sherlock: enigma discursivo na série televisiva
Autor(es): Marcela Barchi Paglione. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024
Palavra-chave Bakhtin, Bakhtin, Enigma
Resumo

A minissérie Sherlock (2010), transmitida pelo canal inglês BBC, traz ao mundo contemporâneo o detetive Sherlock Holmes. Ao recriar suas histórias do discurso romanesco de Conan Doyle feito no século XIX, busca-se a constituição de um novo sujeito discursivo o qual conjuga-se com a mudança cronotópica e genérica, de forma que se estabeleçam, na construção do discurso televisivo, relações intertextuais e interdiscursivas no tocante ao discurso da época vitoriana. Este trabalho caracteriza-se como parte de uma pesquisa maior na qual se propõe a analisar a constituição dialógica do herói discursivo e da minissérie, com cerne na relação de alteridade do sujeito Sherlock com seus “outros”. Centrar-se-á neste trabalho na relação entre Sherlock e Irene Adler, demonstrando a alteridade entre os dois sujeitos, os quais aparentemente se completam, no âmbito amoroso, ou são parecidos, quase como se Irene fosse a versão feminina de Sherlock. Sua constituição primeiramente é um enigma para o detetive, pois não consegue ver através de sua aparência, o que se concretiza ao longo do episódio com um enigma linguístico, a senha do celular desta, enquanto que o telespectador tenta desvendar o mistério acerca d’A mulher juntamente com o herói. Alicerçado nos estudos do Círculo de Bakhtin, utiliza-se um método sociológico à partir do qual se examinará a relação estabelecida entre o material linguístico e o translinguístico, que ativamente participa da construção do sentido dos enunciados. No caso de Sherlock, tanto a mudança de gênero discursivo quanto da espaço-temporalidade se faz presente na arquitetônica da minissérie, manifestas no discurso por meio dos signos, os quais são ideológicos, ou seja, refletem e refratam valores sócio-histórico-culturais, expressos por sujeitos num tempo-espaço determinado. Com base na intertextualidade e interdiscursividade entre a obra romanesca do século XIX e a televisiva do XXI, analisaremos a inter-relação de Irene e Sherlock, de forma a desvendar os enigmas presentes no discurso por meio dos signos ideológicos. (Apoio: FAPESP - Processo 2013/26027-2).