62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | Modalidades na gramática discursivo-funcional: relações hierárquicas |
Autor(es): | Marize Mattos Dall Aglio Hattnher. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | modalidades, modalidades, tipologia |
Resumo |
A estrutura em camadas da oração proposta pela Gramática Discursivo-Funcional (GDF, Hengeveld; Mackenzie, 2008) permite a formulação de um conjunto de predições relacionadas às categorias qualificacionais. Considerando a classificação das modalidades e os pressupostos teóricos da GDF, que classifica os subtipos modais a partir de seu domínio semântico e alvo de incidência, analiso a expressão gramatical da modalidade em um conjunto de 22 línguas indígenas do Brasil. A principal predição decorrente da abordagem teórica que esta análise pretende comprovar é a de que as categorias modais têm diferentes comportamentos no que diz respeito à relação de escopo com outras categorias. Desse modo, as modalidades da proposição não podem estar sob o escopo dos operadores de tempo e negação, e as modalidades orientadas para o evento não podem estar sob o escopo das modalidades orientadas para o participante. Com a análise do conjunto de línguas indígenas empreendida neste trabalho, procuro mostrar que essas relações são, de fato, sistemáticas. Do mesmo modo como salientei em outras pesquisas tipológicas sob minha responsabilidade, repito aqui que o foco de interesse deste trabalho é a verificação da existência e do funcionamento do conjunto de hierarquias implicacionais que decorrem de uma abordagem em camadas da modalidade e que a análise de línguas indígenas, assentada em descrições já feitas por especialistas do Brasil e do exterior, constitui um meio para esse fim. A existência de trabalhos descritivos sobre modalidade em diferentes línguas indígenas, bem como de suas gramáticas, viabiliza o trabalho de análise e a verificação da validade da hierarquia proposta pela GDF e das relações entre os subtipos modais e entre os modais e outras categorias linguísticas. Não são ignoradas as dificuldades decorrentes das diferenças de abordagem e de abrangência que subjazem aos trabalhos descritivos sobre as línguas indígenas do Brasil, bem como o fato de nem todas as gramáticas dessas línguas conterem uma descrição da categoria modal. Apesar dessas dificuldades inerentes ao trabalho tipológico, a análise dos dados mostrou que, nas línguas em estudo, não só a expressão de vários valores modais é comum, mas também as formas de expressão são bastante variadas, com vários casos em que os campos semânticos de evidencialidade e modalidade epistêmica se sobrepõem parcialmente. Essa diversidade exigiu uma reanálise dos dados, e a GDF ofereceu critérios bastante eficientes para a identificação dos diferentes subtipos modais. |