62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | Por uma sintaxe da predicação secundária no português brasileiro |
Autor(es): | Marcos Barbosa Carreira. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | predicado secundário, predicado secundário, predicação |
Resumo |
O objetivo desta comunicação é apresentar uma reflexão a respeito da sintaxe da predicação secundária no português brasileiro, no quadro da Gramática Gerativo-Transformacional de Chomsky (1981, 1995 inter alia). A proposta é apresentar alguns problemas das análises clássicas a partir de dados do PB, constituídos de diferentes casos de predicação secundária que nos levam a perguntar em que medida as propostas existentes (conhecidas principalmente por Teoria das Small Clauses (Stowell 1981, 1983); Teoria da Predicação (Williams 1980 e 1983) e Teoria dos Predicados Complexos (Chomsky 1955, Neeleman 1994) são descritivamente adequadas. Assim, o objetivo central desse trabalho é o de apresentar esses dados do PB e verificar a adequação dessas teorias com a intenção de apresentar uma análise mais adequada descritivamente e/ou de checar em que medida novos quadros teóricos que se constituem dentro do Programa Minimalista podem nos dar novos insights sobre a sintaxe da predicação secundária. Um dos dados centrais dessa discussão tem a ver com a (im)possibilidade de se mover a predicação secundária à periferia esquerda da sentença, como em “Esse bife mal passado, eu até comeria, mas, ele cru, eu não como de jeito nenhum” (esse dado aparece em Carreira, 2008 e Carreira & Knöpfle, 2013). Observe que as construções predicativas “esse bife mal passado” e “ele cru” estão deslocadas à esquerda nessa sentença, pois “esse bife” e “ele” são objetos diretos de “comeria” e “comer”, respectivamente. O dado, na forma em que se apresenta, coloca questões bastante interessantes para as análises clássicas: qual a estrutura da predicação secundária? Se os predicados secundário e seu sujeito não formam um constituinte, como é que essa expressão foi movida? Qual a altura da predicação secundária em relação a estrutura global da frase. Esses questionamentos compõem a questão central de uma pesquisa em andamento, a saber: qual a sintaxe da predicação secundária no PB? Os resultados dessa pesquisa apontam para soluções que podem tanto olhar essa sintaxe nos moldes das análises clássicas, porém se utilizando de mecanismos mais modernos como as teorias de movimento por cópia (Nunes, 1995, 2004), ou para uma análise em que o sujeito do predicado secundário se adjunge a esse predicado (Heycock, 1994 inter alia), mas tomando essa adjunção nos moldes de Kayne (1994) que permite o que tem sido chamado super-comando (Guimarães 2010). (Apoio CAPES/UFPR/UEPG) |