62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | O processo de escolha de correspondências grafema-fonema no desenvolvimento de romanizações para o português brasileiro |
Autor(es): | Walter Tsuyoshi Sano. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | romanização, romanização, grafema |
Resumo |
A romanização não é um processo trivial. Deve-se observar o tipo de leitor (leigo ou especialista) a quem o texto romanizado se destina; considerar as correspondências grafema-fonema tanto da língua de partida quanto as da de chegada; estabelecer formas de representar elementos fonético-fonológicos para os quais os caracteres latinos não sejam normalmente utilizados. Para um público leigo, muitas das distinções feitas na língua de origem podem não ser importantes. No entanto, para um público especialista, que conheça ou tenha noções referentes à língua de origem, passa a ser relevante distinguir uma consoante plosiva alveolar de sua contraparte fricativa e/ou faringalizada. Mesmo para este segundo grupo de leitores, os esquemas (simples tabelas de romanização) e sistemas (romanizações mais abrangentes) normalmente apresentam irregularidades que podem ser evitadas. Por exemplo, alguns usam o grafema simples <J> para um fonema vozeado, mas o dígrafo <CH> para sua contraparte desvozeada.Para que um sistema de romanização seja tão regular quanto possível, é necessário que as correspondências grafema-fonema (nulas, biunívocas, unívocas ou múltiplas) sejam analisadas e que as mais adequadas sejam escolhidas para compor o sistema de romanização. A fim de ser possível selecionar essas correspondências de maneira objetiva, fugindo às idiossincrasias presentes em outras romanizações, propomos o uso do que chamamos de regras de ataque, de isolamento, de simplicidade, de regularidade, de início e de conflito. Tais regras possibilitam identificar os grafemas mais adequados para o processo de romanização. Além disso, uma vez que as correspondências selecionadas são biunívocas, facilita-se a utilização de diacríticos, pois o traço modificado (e.g., de plosivo para fricativo) ou acrescentado (e.g., faringalizado) efetua uma alteração previsível no fonema representado. Essas regras foram empregadas com sucesso na seleção das correspondências grafema-fonema a serem adotadas na romanização do árabe padrão (MSA, Modern Standard Arabic) para o português brasileiro. O próximo passo será testar sua aplicabilidade na romanização de outras línguas (e.g., hebraico, russo, armênio, georgiano, etc.), o que poderá resultar no desenvolvimento de sistemas mais regulares e previsíveis para efetuar-lhes a transposição ortográfica. |