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Programação do 62º seminário do GEL


62º SEMINáRIO DO GEL - 2014
Título: Que língua é essa, a do sujeito imigrante (italiano)?
Autor(es): Viviane Teresinha Biacchi Brust. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 26/07/2024
Palavra-chave língua, língua, imigração
Resumo

Estas reflexões têm como referencial questões linguísticas que afetam o sujeito imigrante italiano (e seus descendentes) da Quarta Colônia de Imigração Italiana e objetivam enfocar o que é e como se constitui essa língua do imigrante/da imigração, passadas décadas do processo de assentamento desses estrangeiros, que falavam a língua italiana em nosso país, o Brasil, país falante de língua portuguesa, que impõe, a esse sujeito, a necessidade de apreedê-la, em função de sua política linguística. Nosso objetivo neste texto, portanto, é pensar em que lugar poderíamos colocar o que nomeamos e designamos como língua de areia, uma língua que não é mais nenhuma delas, tampouco sua intersecção, que se faz presente na/pela memória da/na língua presente hoje, em determinada região do estado do RS – Quarta Colônia – e que escapa ao que a memória discursiva tem trazido. Antes disso, objetivamos explorar diversas/algumas nomeações e designações de línguas, as quais ocupam alguns espaços nos estudos linguísticos (enunciativo, discursivo e da história das ideias), e o que os domínios de memória trazem sobre elas: que línguas são essas e a que se referem, não sem deixar, antes, de tecer algumas considerações sobre a língua enquanto objeto das ciências lingüísticas. Para isso, compreendemos, a partir de Guimarães (2002, p. 9), que nomeação “é o funcionamento semântico pelo qual algo recebe um nome”, e  designação é o que se refere à “significação de um nome, mas não enquanto algo abstrato. Seria significação enquanto algo próprio das relações de linguagem, mas enquanto uma relação linguística (simbólica) remetida ao real, exposta ao real, ou seja, enquanto uma relação tomada na história.” Dessas noções, consideramos que designar é também estabelecer sítios de significância, é fronteirizar os sentidos, espaço dentro do qual é possível buscar-se a identificação, incluir-se em e, em contrapartida, saber-se do que está forcluído, do que não é, não pertence, está alheio a, alhures de. Entendemos, com isso, que é pela divisão que se denominam e designam línguas, no plural (constituídas pelo político e pela política na/da língua), mas nosso percurso vai considerar, primeiro, alguns conceitos de língua, a partir do século XX, quando temos linguistas que vão, dentro do singular “língua”, movimentar seus sentidos, suas designações. Se Babel existe na divisão das línguas, também está presente na pluralidade do conceito de língua, que, longe de estabelecerem oposições, enlaçam-se, torcem-se, retomam-se, distanciam-se, imbricam-se.  Estas reflexões têm sustentam-se na  Análise de Discurso.