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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: Algumas considerações a respeito da alternância verbal na aquisição do português brasileiro
Autor(es): Carla Pereira MInello. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Aquisio da Linguagem, Alternncia transitiva, Teoria da Gramtica
Resumo

Tomando por base a Teoria de Princípios e Parâmetros de base gerativa em sua versão minimalista (Chomsky, 1995), este trabalho busca discutir algumas questões em torno da realização de sentenças de alternância verbal por crianças adquirindo o português brasileiro. O objetivo da pesquisa é investigar a aquisição de estruturas em que o argumento externo não é projetado, como o caso das sentenças inacusativas (Caiu o vaso/O vaso caiu) e da alternância verbal (O vaso quebrou). Nessas estruturas, ambas consideradas como sendo intransitivas, tanto as formas V DP  quando as formas DP V  não permitem a recuperação do argumento externo. Sentenças com verbos passíveis de sofrerem alternância, como “quebrar”, admitem uma contraparte transitiva, como O João quebrou o vaso, o que não é possível com verbos inacusativos. Para Alexiadou (2010) há duas principais propostas sobre a alternância verbal: uma postula a existência de uma formação causativa e considera a forma intransitiva do verbo como a forma básica (Dowty, 1979) e a outra postula a existência de um processo de detransitivização do verbo, considerando a forma transitiva do verbo como a forma básica e a forma intransitiva como a forma derivada (Levin & Rappaport Hovav, 1995; Reinhart, 2000). Parte-se da hipótese que o processo que leva a se ter estruturas DP V  com verbos inacusativos difere dos processos que resultam em estruturas com verbos transitivos que sofreram alternância transitiva. Para chegar a estruturas com verbos inacusativos como A casa caiu  ou A carta chegou  realiza-se movimento do argumento interno de uma posição pós-verbal para uma posição pré-verbal, estando a conformação pré-verbal presente ou não na fala da criança, o que decorre da não obrigatoriedade do preenchimento fonético da posição do sujeito no PB. Já a realização de estruturas como “O vaso quebrou” e “O pneu furou” levaria a criança a realizar processos sintáticos e semânticos diferentes daqueles envolvidos no movimento do argumento interno do inacusativo. Foram analisados dados de fala espontânea de 59 arquivos de 4 crianças das bases do Projeto Aquisição da Linguagem (CEDAE, IEL/UNICAMP) e do Banco de Dados do CEAAL (Centro de Aquisição e Aprendizagem de Linguagem/PUCRS), entre um ano e seis meses a cinco anos e seis meses, observando-se ocorrências de verbos inacusativos com argumento interno realizado por DP, pronominal e sem argumento explícito e as ocorrências de verbos transitivos em sua forma de alternância DP V.