63º SEMINáRIO DO GEL - 2015 | |
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Título: | A crítica leitora de Nove Noites, de Bernardo Carvalho, mediante os conceitos de memória e de identidade |
Autor(es): | RENAN AUGUSTO FERREIRA BOLOGNIN. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 08/10/2024 |
Palavra-chave | Literatura Brasileira Contempornea, Memria, Identidade |
Resumo |
Esta comunicação versará a respeito de dois conceitos largamente discutidos no romance Nove Noites (2002), de Bernardo Carvalho: memória e identidade. Para o leitor, estes conceitos aparecem rasteiramente devido ao fato de que o enredo seja tecido por dois narradores de tempos históricos distintos que contam a respeito do suicídio do etnólogo estadunidense Buell Halvor Quain na tribo dos Krahô em 2 de agosto de 1939. Para contar essa história Manoel Perna, um sertanejo, escreve um testamento aos que venham em busca dos motivos do ato e um jornalista interessa-se pela história do americano quase 62 anos depois. Por detrás dessas narrações estão presentes, obviamente, discussões acerca da recuperação do passado. Ou seja, da memória. Ademais, por tratar de questões de desvendamento do ‘Outro’ e estudos etnológicos, abrem-se debates acerca da identidade, pois várias culturas são postas em cena durante a narração (como os indígenas Trumai, Krahô, Txikão, Waurá, Yawalapíti, Suyá e Karajá). Assim, o ponto em comum para esta estruturação conjunta repousa-se justamente no argumento do romance: a narrativa inconclusa de Buell Quain: tanto a memória, quanto à identidade parecem inconclusas. Deste modo, apresentaremos como a crítica acadêmica de Nove Noites, e de outras obras de Bernardo Carvalho, refere-se aos conceitos de memória e de identidade neste romance. Tínhamos como hipótese que havia uma reincidência dos dois conceitos supracitados na crítica do romance e demonstraremos este resultado alcançado com vistas a localizar a obra nas duas esteiras conceituais supracitadas. Notamos ser imprescindível elucidar que não propomos uma comunicação baseada na estética da recepção. Propomos, sim, a apresentação destes conceitos recorrentes na obra de Bernardo Carvalho pela crítica e diferenciá-los do caminho teórico realizado em nossas análises. A partir dessa metodologia, deslindaremos como os conceitos seguem caminhos teóricos distintos que, como consequência, indicam leituras, também, distintas. Assim, utilizaremos uma metodologia que se apropria dos conceitos de memória e identidade como entradas lexicais. Enquanto objetivos desta comunicação, propomos: a) Depreender os conceitos de ‘memória’ e ‘identidade’ no romance Nove Noites a partir de textos críticos a seu respeito; b) Demonstrar leituras distintas do romance a partir do embasamento teórico de estudiosos do romance; c) Apresentar os conceitos memória e identidade como entradas; |