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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: “Um estudo diacrônico das fricativas sibilantes e chiantes nas cantigas medievais galego-portuguesas”
Autor(es): Mariana Moretto Gementi. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave cantigas medievais galego-portuguesas, fricativas , portugus arcaico
Resumo

O objetivo principal deste trabalho é estudar as fricativas (sibilantes e chiantes), a partir das relações existentes entre letras e sons, e as possíveis grafias nas cantigas medievais.

O corpus da pesquisa são as cantigas medievais galego-portuguesas. Destas, foram selecionadas 50 Cantigas de Santa Maria (CSM), das 420 cantigas em louvor da Virgem Maria, de autoria de Afonso X, o rei Sábio, e 150 cantigas profanas, sendo 50 cantigas de amigo das 510 existentes; 50 cantigas de escárnio e maldizer das 431 existentes e 50 cantigas de amor das 310 existentes.

A análise das consoantes fricativas nas cantigas galego-portuguesas parte da consideração das possibilidades de representação e de variação gráfica para essas consoantes, através da comparação entre os manuscritos originais das cantigas do corpus. Em primeiro lugar, é feito um mapeamento das ocorrências das consoantes fricativas do corpus, levando-se em consideração sua posição na sílaba (se no onset ou na rima), tendo como objetivo apresentar o sistema das consoantes fricativas empregado pelos trovadores que compuseram as cantigas em galego-português, representantes ancestrais legítimos (século XIII) da nossa língua.

Além disso, o estudo das fricativas servirá para investigar se, naquela época, as consoantes poderiam rimar entre si ou não, estabelecendo se havia ou não oposição entre fonemas representados pelos grafemas "s", "z", "x", "c", "ç", "sc", "ss", "j", "g", em início, meio e fim de palavra. Ou seja, pesquisamos se, naquele momento, os processos de neutralização das fricativas existiam ou não no português. Portanto, o ineditismo do estudo das rimas como pista da realização fonética dessas consoantes na época é a parte mais importante do trabalho, pois, apesar de o período arcaico já ter sido tratado em diversas gramáticas históricas (cf. Coutinho, 1970, Nunes, 1960 e Silveira Bueno, 1958, entre outros), há poucas informações nessas gramáticas sobre da realização fonética das consoantes representadas por grafemas que representam consoantes fricativas.