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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: Acabariam essas formas deixando de marcar aspecto terminativo?
Autor(es): Bruna Cupello Araripe Pereira. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Aspecto verbal, Polifuncionalidade, Gramaticalidade
Resumo

Esta pesquisa trata de propriedades semânticas e funcionais de predicações que envolvem recursos verbais gramaticais tipicamente marcadores de aspecto e suas extensões de sentido, focalizando-se recursos para a marcação da fase final de um estado de coisas.

Concebe-se aspecto como uma categoria que codifica a constituição interna do evento ou da situação, a existência de fases de desenvolvimento deste(a) e a possibilidade de valorização de uma dessas fases, cujas escolhas dizem respeito não só ao enunciado, mas a elementos da enunciação. A pesquisa, portanto, propõe-se a contribuir com novos subsídios para a revisão do olhar sobre verbos aspectuais de modo a que este se fundamente na consideração não só de elementos da estruturação gramatical, mas também das perspectivas semântica e discursivo-textual da utilização de tais recursos.

Os dados, coletados em textos orais e escritos de fontes diversas, são tratados segundo orientações da Gramática Funcional, parâmetros de gramaticalização verbal, pressupostos de categorização radial, teorizações sobre categorias como aspecto e tempo e suas subcategorias, bem como consoante categorizações verbais e acionalidade sob diferentes pontos de vista. Além disso, também utilizou-se a metodologia de testes de atitude com falantes para averiguar como é feita a escolha dos aspectuais em perífrases diante de diferentes situações discursivas.

Com a pesquisa, busca-se obter subsídios para responder a questões como: Quais são as formas verbais (semi)auxiliares empregadas em Português para a valorização do término de um evento e quais são as características das predicações em que elas ocorrem? Com que significados e graus de auxiliarização esses verbos são empregados no Português? Seriam essas formas sempre marcadoras de aspecto? Em que medida elementos do próprio contexto linguístico e/ou diferentes perspectivas de apreensão do estados de coisas em si podem acarretar alguma ambiguidade entre sentidos relacionados aos verbos aspectuais terminativos ou até implicar o uso de certa(s) forma(s) auxiliar(es)?

Alguns resultados já observados são estes: (i) há formas aspectuais mais acionadas e mais gramaticalizadas do que outras; (ii) elas denotam diferentes nuances de fase final (o que contraria a ideia de família semântica); e (iii) há indicação de outras informações para além (ou ao invés) da fasel final (indício de sua polifuncionalidade).