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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: Adaptações fonológicas na pronúncia de nomes de estabelecimentos comerciais brasileiros com elementos do inglês
Autor(es): Natlia Cristine Prado. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave nomes de estabelecimentos comerciais, Adaptaes fonolgicas, Identidade lingustica
Resumo

Este estudo tem como principal objetivo analisar o comportamento fonológico dos nomes próprios de estabelecimentos comerciais com elementos do inglês em contexto de Português Brasileiro (PB). A temática discutida nesta pesquisa vincula-se diretamente com a questão da identidade linguística da língua portuguesa e com questões de identificação cultural, pois o estudo leva em consideração características extralinguísticas que motivam o uso de nomes comerciais estrangeiros em contexto comercial no Brasil. Para realizar este estudo, primeiramente, coletamos nomes comerciais com elementos do inglês no interior do estado de São Paulo e em seguida, submetemos uma amostra desses nomes comerciais que mantém sua grafia inglesa a leitura por falantes do PB com a intenção de comparar as realizações desses sujeitos com a pronúncia dessas palavras em Inglês Norte-Americano (IA). Após a transcrição fonética dos dados, analisamos os nomes comerciais com base em modelos de análise fonológica não-lineares – especialmente os modelos métrico de Hayes (1995), lexical de Mohanan (1986), prosódico de Nespor & Vogel (1986) e auto-segmental (Geometria de Traços) de Clements e Hume (1995). A partir da análise dos nomes comerciais, observamos que os principais processos fonológicos desencadeados por esses informantes ao produzirem nomes com palavras da língua inglesa são: a) adaptações segmentais; b) epêntese; c) apagamento; d) vocalização de /l/ em posição de coda silábica; e) nasalização; f) palatalização; g) ambissilabicidade e h) deslocamento de acento. Notamos também que adaptações na pronúncia dos anglicismos observados ocorreram tanto por influência da pronúncia em IA quanto por influência da ortografia da palavra. Com este trabalho, notamos que os comerciantes, mesmo sem conhecimentos técnicos de marketing, reconhecem a necessidade de individualizar seu negócio ou produto atrás de um nome diferenciado; desse modo, algumas pessoas recorrem ao inglês para dar uma aparência chique e sofisticada ao seu nome comercial. No entanto, ao buscar elementos estrangeiros para o nome comercial, os comerciantes, falantes do PB, esquivam-se propositalmente do que é esperado pela língua portuguesa, paradoxalmente negando e afirmando ao mesmo tempo a identidade linguística dessa língua.