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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: O fenômeno de não-elevação da vogal /e/ na fala de descendentes de eslavos de Mallet, Paraná
Autor(es): Loremi LOREGIAN-PENKAL, Luciane Trennephol da Costa. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave elevao voclica, fala eslava, VARLINFE
Resumo

O processo de elevação vocálica é abrangente no português brasileiro, doravante PB, e sensível à posição acentual da vogal na palavra (pretônica, tônica ou postônica). Um dos parâmetros fonéticos de classificação vocálica é a altura do corpo da língua para a articulação do som. O International Phonetic Alphabet - IPA - atribui quatro graus de altura vocálica nas línguas e o PB faz suas distinções vocálicas nos quatro graus: 1) baixa /a/; 2) médias-baixas /ɛ/, /ɔ/; 3) médias-altas /e/, /o/; 4); altas /i/, /u/. Ao lado da realização do fenômeno da elevação vocálica no PB, é citada a sua não ocorrência em partes do sul do Brasil. Câmara Júnior, por exemplo, ao apresentar o quadro reduzido das vogais em posição átona final, comenta, em nota de rodapé, a não realização da elevação:(...) Numa ou noutra área do sul do Brasil não a neutralização e, por exemplo, jure (de jurar) se opõe a júri (tribunal popular)...(1972, p. 34). Esta pesquisa, fundamentada nos pressupostos da Teoria da Variação Linguística (cf. WEINREICH; LABOV e HERZOG, 2006 [1968], visa socializar parte dos resultados obtidos na análise da regra variável de não-elevação da vogal média-alta /e/, em posição postônica final, na fala em língua portuguesa de moradores da zona rural e descendentes de imigrantes eslavos (ucranianos e poloneses) da cidade de Mallet, localizada na região centro-sul do Paraná. Podemos citar como exemplo do fenômeno estudado a realização de comadre como comadri e eslavo como eslavu. Para esta comunicação serão apresentados os resultados obtidos na análise de todas as ocorrências da vogal média /e/ em posição postônica final de entrevistas sociolinguísticas (com, no mínimo, 40 minutos de fala cada) de 24 entrevistados, pertencentes do banco de dados do projeto VARLINFE (Variação Linguística de Fala Eslava). Visando a uma amostragem equilibrada, que permita analisar a influência das variáveis sociais no comportamento linguístico, selecionamos igual número de informantes, no que concerne à estratificação por sexo/gênero, faixa etária e grau de escolaridade. Os resultados foram analisados visando verificar se a não elevação da vogal estudada constitui-se em uma das marcas identitárias do falar local. (Apoio CNPq. Processo número: 443809/2014-3).