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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: A sintaxe do verbo haver, antes e após a Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB)
Autor(es): Fernando Martins Rocha. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave NGB, gramtica, verbo haver
Resumo

Alguns trabalhos sobre os estudos de gramática de língua portuguesa, como os de Baldini (1999), têm sido publicados no sentido de mostrar que a Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB), instituída em 1859, por meio de portaria nº 36, expedida pelo Ministério da Educação e Cultura, foi um documento que estabeleceu um divisor de águas, não somente com relação à fixação de uma nomenclatura, mas também sobre os discursos da doutrina gramatical. Baseado no trabalho de Baldini (1999), em que se propõe a hipótese da existência de discursos silenciados no período anterior à publicação da NGB, este trabalho pretende analisar um caso particular da doutrina gramatical, a saber, “a sintaxe do verbo haver, no sentido de existir”, e mostrar o caminho percorrido pela gramaticografia de língua portuguesa com vistas à construção de uma justificativa teórica para explicar o uso deste verbo e suas peculiaridades em contraponto com a sintaxe do verbo existir. Compararemos a doutrina da sintaxe do verbo haver na gramaticografia pré-NGB e pós-NGB, a fim de verificar se houve a ruptura dos discursos gramaticais. Verificaremos que desde os tempos da gramática do Padre Jerônimo o Contador de Argote, com sua obra de 1725, o uso do verbo haver em sentenças do tipo verbo + sintagma nominal, no presente do indicativo, sempre privilegiou o uso no singular. Contudo os usos nos tempos pretéritos se davam também na forma plural. Na impossibilidade de justificar um uso tão irregular do verbo haver, a doutrina gramatical tentou construir um aparato teórico para estabelecer uma regra. Verificaremos que as análises desta sintaxe, para justificar a regra gramatical nem sempre foram as mesmas. Os posicionamentos teóricos diferentes e divergentes resvalam as dimensões sintáticas, semânticas e até criam pontos de vista distintos sobre uma visão de língua, como a questão da chamada teoria da elipse. As análises conflitam quanto às funções sintáticas dos termos, quanto à semântica do verbo haver e quanto a existência ou não de termos elípticos.