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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: A descrição dos usos do verbo FAZER no texto escrito do português do Brasil sob a ótica cognitivo-funcional
Autor(es): Maria Carolina Ferreira Reis. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave construes, verbo FAZER, texto escrito
Resumo

O presente trabalho, que é parte da minha tese de doutoramento em elaboração, apresentará uma descrição do comportamento sintático-semântico do verbo FAZER nos corpora de textos de gênero acadêmico-científicos tendo como suporte as teorias cognitivas e funcionalistas (Goldberg, 1995; Gívon, 1995; Halliday, 1995; Hopper e Thompson, 1980; entre outros), mas valendo-se também dos estudos de gramática descritiva em relação às valências verbais (Perini, 2007). O objetivo deste trabalho foi descrever o máximo possível de ocorrências com o verbo FAZER em construções distintas para, então, propor uma classificação para as construções com este verbo. A definição de construção adotada por Perini (2008) e também adotada nesta pesquisa é bastante simples (assim como a própria noção dos precursores da “Gramática de Construções”, Filmore e Kay), a saber: “uma representação esquemática que se realiza concretamente como um conjunto de frases ou sintagmas e que se elabora em termos de palavras e morfemas particulares, de modo a produzir as bases de um enunciado (Perini, 2008,p.234-235). Adele Goldberg (1995), no seu livro Construction: A Construction Grammar Approach to Argument Structure, inicia um estudo minucioso sobre construções. Nessa publicação e em muitas outras subsequentes desta mesma autora, ela afirma a importância da abordagem “construcionista” da linguagem já que, para ela, “observações sobre construções linguísticas específicas têm moldado nossa compreensão sobre as línguas particulares assim como sobre a natureza da própria linguagem” (GOLDBERG, 1999, p.1). Paul Hopper (1987), que juntamente com Sandra Thompson, tem vários trabalhos sobre transitividade, também evidencia o valor do estudo das construções. No estudo do verbo FAZER no gênero acadêmico-científico, chegou-se a cinco tipos de construções distintas com o verbo FAZER: construções com o verbo FAZER pleno em orações simples; FAZER em expressões fixas; FAZER suporte; FAZER causativo em orações complexas, FAZER “discursivo” (vicário e anafórico). Ao se discutir a classificação proposta pretende-se mostrar os principais aspectos que a diferencia das outras propostas para a descrição do verbo FAZER, sobretudo, no que diz respeito à identificação de categorias distintas. São discutidas, assim, as contribuições teórico-metodológicas que uma descrição como essa pode trazer. Uma delas é a possibilidade de se formular critérios mais adequados para diferenciar uma construção de outra. Pretende-se demonstrar também que a abordagem feita pela Gramática Tradicional para o verbo FAZER no que diz respeito a sua transitividade é muito limitada.