logo

Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: Adaptação fonológica de prenomes estrangeiros: comparação entre Português Arcaico e Português contemporâneo (Brasileiro e Europeu)
Autor(es): Gladis Massini-Cagliari. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Fonologia, Nomes prprios, Portugus Arcaico
Resumo

Desde há muito, reconhece-se um caráter marginal à língua aos nomes próprios. A partir de uma análise diacrônica da forma como os nomes próprios de origem estrangeira são fonologicamente adaptados ou não, pode-se perceber que, do ponto de vista da fonologia (especialmente, da prosódia), o grau de marginalidade dos nomes próprios de pessoa pode variar, ao longo da história do português, mas pode ser constatado desde os primeiros registros em galego-português. Por este motivo, esta comunicação trata da pronúncia e da estrutura fonológica de nomes próprios de origem estrangeira (sobretudo provenientes da língua inglesa, no período atual) adotados em contexto de português, em uma abordagem histórica, a partir de comparação da representação ortográfica (que revela traços da realização fonética) desses nomes em dois períodos históricos: o Português Arcaico (século XIII-XIV) e o Português contemporâneo (séculos XX-XXI). Dado o fato de que há consideráveis diferenças com relação ao tratamento dos nomes importados em Portugal e no Brasil nos dias de hoje, com relação ao português contemporâneo, embora o foco resida na análise de dados coletados no Brasil, será feita uma pequena comparação com a realidade portuguesa, no que concerne às leis que regem a adoção de nomes estrangeiros nos dois países.

Para ilustrar a diferença de incorporação, que resulta em diferenças de tratamento da pronúncia (e, consequentemente, da forma fonológica), de nomes próprios de pessoas nas épocas arcaica e atual, a forma como alguns antropônimos de origem estrangeira são (ou não) adaptados gráfica e foneticamente ao português será analisada em três recortes do nosso contínuo temporal e geográfico: Português Arcaico, Português Europeu e Português Brasileiro. Para a análise do Português Arcaico, consideram-se, como corpus, os nomes antropônimos que figuram nas 420 Cantigas de Santa Maria, de Afonso X (1121-1284). Com relação ao Português Europeu, são apresentados os dispositivos legais que regem a (não) incorporação de nomes estrangeiros à onomástica daquele país.

Com relação aos nomes coletados do Português Brasileiro atual, em comparação aos utilizados no período medieval, percebe-se que havia um grau muito mais acentuado de adaptação de antropônimos estrangeiros na época do Português Arcaico do que ocorre hoje, no Português Brasileiro, em que há antropônimos (prenomes próprios) de origem estrangeira, graficamente adaptados ou não, que acabam por não se “enquadrar” nos parâmetros da fonologia da língua, sobretudo com relação aos padrões acentuais e silábicos.