63º SEMINáRIO DO GEL - 2015 | |
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Título: | Forma de vida moralizante no romance O casarão da rua do Rosário, de Menalton Braff |
Autor(es): | FLAVIA KARLA RIBEIRO SANTOS. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 08/10/2024 |
Palavra-chave | Formas de vida, moralizao, rotina |
Resumo |
Examinamos, neste trabalho, através do referencial teórico da semiótica francesa, sob a perspectiva de A. J. Greimas, de Jacques Fontanille e de Claude Zilberberg, a forma de vida manifestada pelo ator Benvinda no exercício do papel temático do opressor, no romance O casarão da rua do Rosário, de Menalton Braff. Na obra, uma chefe de família controla a vida dos irmãos e dos sobrinhos para manter o conservadorismo frente às transformações sociais e políticas do país, ocorridas desde meados da década de mil novecentos e quarenta até os primeiros anos do século XXI. Tendo em vista a descendência de bandeirantes, os valores morais e religiosos fortemente arraigados, e a preferência pelo sistema monárquico, a irmã mais velha dos Gouveia de Guimarães não admite comportamentos que, no seu entendimento, agridam os rituais católicos, o direitismo e as normas socioculturais que regem as boas e ou as más condutas, dentro e fora do seio familiar. Na análise, aplicamos elementos do percurso gerativo do sentido conforme examinamos o percurso do fazer do ator, as isotopias figurativas que recobrem o discurso moral presente no texto e as formas de manipulação utilizadas pelo sujeito que deseja conservar um projeto de vida soberano. Nesse sentido, com base nos estudos semióticos sobre formas de vida, bem como sobre acontecimento e exercício (ou rotina) buscamos deslindar a cadeia de comportamentos que constitui a rotina desse ator com o objetivo de identificar como a forma de vida evidenciada por Benvinda é fundada e, depois, mantida. Em nossa hipótese, enquanto representante da tradição, Benvinda crê na manutenção da moral por meio, ora da manipulação por tentação – quando premia àqueles se mostram conservadores –, ora da manipulação por intimidação – quando aplica sanções negativas àqueles que não obedecem a essa moral. Assim, na medida em que estabelece uma rotina rígida, englobando tanto a imposição de rituais domésticos, quanto a punição aos comportamentos julgados condenáveis, o ator Benvinda institui a forma de vida presente no romance braffiano. |