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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: Cibercultura e comunidades linguísticas regionais: as variações linguísticas diatópicas em publicações feitas no Facebook e no Twitter
Autor(es): Mateus Henrique do Amaral. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Sociolingustica Variacionista, Cibercultura, Comunidades lingusticas regionais
Resumo

O presente estudo tem o objetivo de analisar as variações na língua portuguesa, provenientes de duas diferentes comunidades linguísticas regionais, em uma página da rede social Facebook e em um perfil da rede social Twitter. Para isso, fundamentamo-nos na perspectiva teórico-metodológica da corrente Sociolínguistica Variacionista,  fixada no ano de 1964 por Willian Labov em seu The stratification of English in New York city. Essa corrente, segundo Votre e Cezário (2010, p. 142), defende que "a língua é uma instituição social e, portanto, não pode ser estudada como uma estrutura autônoma, independente de contexto situacional, da cultura e da história das pessoas que a utilizam como meio de comunicação”. Apoiamo-nos, também, em referenciais teóricos sobre o interacionismo no campo linguístico (BAKTHIN, 2006) e (MORATO, 2004), Hipertexto (MARCUSCHI E XAVIER, 2009) e Cibercultura (COUTO JUNIOR, 2013), com o intuito de abranger a discussão a respeito da interação verbal na web, mediada, principalmente, através das redes sociais. Nesse sentido, foram observadas e analisadas diferentes publicações feitas pela página de humor Bode Gaiato, presente na rede social Facebook, e pelo usuário do Twitter @_RioGrandedosul. A partir das publicações da página Bode Gaiato, que normalmente apresentam a relação cotidiana do filho Júnior com a sua mãe, verificamos o uso de diferentes palavras que dificultam a compreensão do significado para quem não está habituado com a  variante  linguística  comumente utilizada nos estados da região nordeste do Brasil. Além disso, as tirinhas publicadas por essa página, através do uso de acentuação gráfica e das letras “m” e “n” no final de algumas palavras, evidenciam o sotaque característico daquela região. Por outro lado, no Twitter, analisando algumas publicações feitas pelo perfil @_RioGrandedoSul, notamos que elas exploram expressões e palavras utilizadas habitualmente nas comunidades linguísticas regionais do extremo sul brasileiro e demonstram, através de alguns enunciados, o orgulho pela identidade cultural da página, a gaúcha.   Ambas as páginas, apesar de apresentarem suas publicações a partir da escrita, destacam  em seus textos a variante oral da língua utilizada por essas duas diferentes comunidades linguísticas regionais. Por fim, constata-se, também, a partir dessas publicações analisadas, o modo que essa página no Facebook e esse usuário no Twitter, através do vocabulário utilizado e dos sentidos semânticos atribuídos a determinadas palavras, evidenciam a maneira que a língua, influenciada pelo meio cultural, histórico e social, varia em cada uma dessas regiões.