Programação do 63º seminário do GEL

Este trabalho abarca a análise da construção encaixada com função sintática de sujeito, que faz parte, do ponto de vista semântico, das construções completivas impessoais, numa abordagem teórica Funcionalista, com contribuições da Semântica Cognitiva. Embora considere que, sintaticamente, temos uma estrutura constituída de oração matriz mais uma oração completiva sujeito, pode-se observar que o falante utiliza   as estruturas predicadoras com verbos em 3ª pessoa do singular, unipessoais para Neves (1996:168-169), a fim de facilitar uma leitura de não-pessoal, de generalidade. Desse modo, o falante pode minimizar a própria participação, descomprometendo-se da informação veiculada, apresentando soluções gerais. Destaque-se ainda a posição da oração matriz, constituída de ser+ nome ou verbo intransitivo, que ocorre preferencialmente na posição inicial da sentença, como o “espaço” de   (inter)subjetividade do falante. Com estes recursos,   o falante pode, ao mesmo tempo, contrastar a informação da construção completiva impessoal, de valor geral, impessoal, com o entorno discursivo, geralmente em 3ª ou 1ª pessoa do plural, marcado pelo pessoal e específico.  O foco de análise será o controle do falante sobre o evento marcado na forma de completiva   sujeito.   Assim, se a completiva for expressa na forma infinitiva, espera-se que o falante tenha mais controle sobre o evento, já que a construção apresenta correferencialidade de sujeito, mas, se a oração for expressa na forma finita, o falante deverá ter menos controle sobre o evento expresso na completiva que apresentará sujeito sintático expresso. Mas nem sempre se pode fazer essa leitura na construção com verbos na forma  infinitiva. Os resultados mostram que o falante tende a trabalhar a diferença de noção de compartilhamento de informação na construção com forma infinitiva, o que poderá interferir no grau do valor semântico impessoal.  Os dados utilizados para análise serão da Revista Veja on- line, e amostras de falas mineira e fluminense espontâneas e mineira institucional, além de amostras de textos escritos dos séculos XVIII a XX, material do PHPB.