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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: Leitura e interpretação de textos escritos em livro didático de Língua Portuguesa: caminhos para um letramento autônomo?
Autor(es): SLVIO RIBEIRO DA SILVA. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Leitura, Interpretao de texto escrito, Letramento
Resumo

Tenho como objetivo, neste trabalho, apresentar dados de uma pesquisa PIBIC/CNPq sobre as atividades de leitura e interpretação de textos escritos presentes no livro didático de Língua Portuguesa (LDP) Português – A Arte da Palavra, adotado pelas três escolas da rede estadual (9º ano) que obtiveram a menor pontuação na Prova Brasil na avaliação de Língua Portuguesa, realizada em 2011, na cidade de Jataí (GO). A análise dos dados prioriza a abordagem a respeito das ocorrências no LDP indicadoras da mobilização de um conjunto de letramentos, durante o processo de ensino de leitura e interpretação de textos escritos, suficientemente capaz de colaborar com o desempenho favorável do aluno na avaliação em larga escala. Ocorre, ainda, o levantamento de hipóteses acerca do fato de que as escolas com menor pontuação podem ter feito uso de um LDP que pouco orientou os alunos quanto ao desenvolvimento de seus letramentos, favorecendo, irrisoriamente, a ampliação de suas capacidades leitoras, pouco colaborando com a aprendizagem de capacidades de leitura que não só garantam o bom desempenho na avaliação, mas que contribuam para a aquisição e/ou ampliação de um letramento autônomo. Uso como fonte de referência para a análise dos dados a matriz de referência – Língua Portuguesa – da Prova Brasil, especificamente os descritores, que servem como categorias de análise quantitativa e qualitativa. Os resultados obtidos mostram que as atividades de leitura e interpretação do LDP analisado pouco se aproximam daquilo que as atividades propostas pela Prova Brasil mensuram, indicando que, pelo menos neste caso, a colaboração do LDP foi irrelevante. Além disso, os dados mostram a excessiva quantidade de atividades de cunho meramente decodificador, voltadas à percepção da língua como código; puramente uma transmissora de mensagens. Na análise dos dados, busquei orientação nas ideias do interacionismo e da perspectiva enunciativo-discursiva de Schneuwly (1988), cujo foco está centrado menos na estrutura do texto e na cognição individual e mais na interação enunciativo-discursiva do sujeito com a situação social de produção. Também ofereceram apoio teórico as contribuições de Bakhtin acerca do dialogismo e de Vygostsky a respeito da interação na construção social da aprendizagem.