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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: O efeito da idade em uma tarefa de identificação das vogais tônicas do português brasileiro
Autor(es): Lvia Mayra Rodrigues Roque. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Percepo-auditiva, Fontica, Criana
Resumo

A percepção de fala tem sido entendida como uma capacidade que envolve tanto as habilidades de discriminação quanto de categorização (Penido e Rothe-Neves, 2013). No decorrer do primeiro ano de vida a habilidade de percepção da fala sofre uma reorganização, ou seja, a criança diminui a sensibilidade para contrastes não nativos e aumenta a sensibilidade para os contrastes nativos nesse período (Werker e Tees, 1984).

Na literatura nacional, além de serem poucos os estudos sobre o desenvolvimento da percepção de fala em crianças, não há estudos que investiguem o efeito da idade nessas habilidades, tampouco a idade em que essas habilidades se estabilizam.

O objetivo do presente estudo foi investigar o efeito da idade no desempenho perceptivo-auditivo entre as vogais tônicas do português brasileiro em crianças. Avaliamos, com o uso do software PERCEFAL, o desempenho perceptivo-auditivo de 155 crianças, entre 5 e 9 anos (divididas em 2 grupos), em uma tarefa de identificação das vogais tônicas do Português Brasileiro. Por meio do software Perception Evaluation Auditive & Visuelle,  foram apresentados os estímulos acústico e visual solicitando da criança a escolha da gravura correspondente a palavra apresentada auditivamente dentre duas possibilidades de imagens dispostas na tela do computador. O tempo de apresentação do estímulo e de reação das crianças foi computado automaticamente pelo software. Os resultados foram analisados e organizados em função de três critérios: acurácia, tempo de reação dos erros e dos acertos e padrão de erros realizados no interior do espaço vocálico.

O grupo de crianças mais velhas (GII) apresentou uma melhor acurácia perceptivo-auditiva (p>0,00) comparada à acurácia do grupo de crianças menores (GI). Quanto ao tempo de reação, o GI sempre apresentou um tempo de reação superior ao das crianças do G2, tanto para os acertos quanto para os erros. Quanto ao padrão de erros observados, de um modo geral, os grupos não se diferenciaram, exceto para os erros envolvendo o parâmetro altura. Ao analisar o sentido dos erros no interior do espaço vocálico, averiguou-se prevalência dos erros no sentido menos periférico para o mais periférico em ambos os grupos. A análise da correlação entre idade e acurácia mostrou que as crianças do GI apresentam correlação positiva com a idade (p=0,02), no entanto, isso não ocorreu para as crianças do G2  (p=0,30).  

A habilidade perceptivo-auditiva no tocante a identificação de contrastes vocálicos ocorre de forma gradativa e se estabilizar aos 9 anos de idade.

Apoio: (CAPES)