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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: A complementação sentencial (des)preposicionada em português: um estudo à luz da norma linguística
Autor(es): Kelly Cristina Tanniho. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Complementao Sentencial, Preposio, Norma
Resumo

O presente trabalho analisa a ocorrência das preposições essenciais “a”, “de”, “em”, “para”, “por” e “com” em contextos de complementação sentencial verbal e nominal preposicionada iniciada pelo conectivo subordinante “que” em língua portuguesa.

A partir de uma abordagem diacrônica, o estudo tem por objetivo construir um quadro interpretativo que correlacione a realização das preposições nesse contexto sintático à norma linguística vigente em diferentes sincronias linguísticas.

A hipótese de pesquisa é que a estrutura PREPOSIÇÃO + QUE não seja a forma vernácula da língua, mas que tenha sido introduzida em contextos eruditos, normativamente controlados, o que justificaria a grande variação entre as estruturas PREP + QUE e O + QUE nas práticas linguísticas.

Para tal análise, propõe-se a abordagem funcionalista da linguagem, por se entender que a língua não pode ser desvinculada de suas relações com as diversas maneiras de interação social.   Nesse sentido, o Funcionalismo, de modo geral, concebe a língua como um instrumento de comunicação e postula que esta não pode ser considerada como um objeto autônomo, mas como uma estrutura submetida às pressões provenientes das situações comunicativas, que exercem grande influência sobre sua estrutura linguística.

Para o estudo em questão, é utilizado o Corpus Histórico do Português Tycho Brahe e a ferramenta de busca Corpus Search, que possibilita  recuperar as sentenças pertinentes de forma rápida e eficiente. Após a seleção de dados, eles são analisados pelo programa estatístico SPSS, que indica padrões de comportamento. Após a definição estatística, os dados serão correlacionados às normas e práticas linguísticas, de forma a confirmar ou refutar a hipótese de pesquisa.

O trabalho, portanto, propõe:

  • Fazer um levantamento de estruturas completivas sentenciais (des)preposicionadas iniciadas pelo complementador “que” em diferentes períodos linguísticos;
  • Traçar um panorama dessas construções ao longo do período proposto;
  • Investigar, nas gramáticas do português, o tratamento dado às construções completivas;
  • Correlacionar os resultados encontrados nos levantamentos de dados às formulações encontradas nas gramáticas;
  • Construir um quadro descritivo-explicativo para as construções completivas preposicionadas, à luz da norma linguística.

Dessa maneira, será construído um quadro diacrônico descritivo-interpretativo do uso de preposições em construções sentenciais completivas nominais e verbais introduzidas pelo conectivo “que”, correlacionando sempre o uso à norma linguística vigente.