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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: O equívoco de escrita como ponto de partida para a reescrita em sala de aula.
Autor(es): Diogo Gomes Novaes. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave escrita , equvoco de escrita , interveno
Resumo

O campo psicanalítico tem no âmbito clínico seu maior foco, bem o sabemos. Mas, precisamos admitir que a psicanálise lacaniana possibilita uma reflexão epistemológica valorosa para quem se interessa pela relação do sujeito com a escrita no contexto de ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa.

Os cursos de formação de professores de Língua Portuguesa, não raro, difundem a concepção de um aluno capaz de aprender, apreender e aplicar o conteúdo aprendido no plano da escrita. Nesse sentido, quando o aluno não aplica o que aprendeu conforme o esperado, diz-se que errou e o erro indicia algum problema no percurso da aprendizagem.

A Psicanálise, ao postular o sujeito do inconsciente, delega o ensino-aprendizagem ao campo do efeito e instituí   tanto o saber quanto o conhecimento à ordem contingencial. Assim, o erro de escrita interpretado com o subsídio da psicanálise, pode ser concebido como a ausência de uma sustentação do campo do conhecer ao passo que o equívoco de escrita passa a ser uma ocorrência esperada na relação entre sujeito e língua.

O trabalho em tela ocupa-se da ocorrência de equívocos de escrita em produções de texto vinculadas a aulas de Língua Portuguesa e problematiza a possibilidade de mudança de posição enunciativa do aluno frente aos próprios equívocos de escrita a partir da intervenção do professor.

Diante dos equívocos de escrita, a intervenção do professor pode suscitar a circulação de um dos quatro discursos promovendo, assim, uma produção por parte do aluno que pode deslocar sua posição enunciativa referente a equívocos materializados no plano da escrita.  

Nesse sentido, diante do hipotético funcionamento do discurso da Universidade em uma intervenção, é possível que o professor, ao se tornar agente representante de um saber, dirigindo-se a um outro colocado na posição de objeto “a”, coloque o aluno diante da possibilidade de assumir uma posição outra frente ao seu equívoco de escrita.