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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: Memória, culpa e redenção em Atonement, de Ian McEwan
Autor(es): Isaas Eliseu da Silva. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Memria, Psicanlise, Freud
Resumo

Este trabalho tem como objetivo analisar o romance Atonement, de Ian Mcewan, e apontar como a memória atua na elaboração da estratégia narrativa utilizada pelo autor e no processo de culpa e redenção da protagonista. No romance, a memória é preponderante para a movimentação do enredo e somente através dela o efeito estético é alcançado, pois as aventuras, as peripécias e o desenlace dependem fundamentalmente daquilo que passa pelo crivo do inconsciente de Briony, a personagem principal. A concepção de memória utilizada na pesquisa é a freudiana, a qual consiste, metaforicamente, em um aparelho mnemônico descrito por Freud à semelhança do bloco mágico, o brinquedo de criança. Este aparelho é, em última análise, a representação do inconsciente. O modelo de funcionamento da memória pode, analogamente, ser aplicado ao modo como se desenrola o artifício narrativo construído pelo escritor e, desse modo, propiciar a ampliação do escopo da interpretação da obra, apontando significados que estão além da superfície do texto e só se revelam sob a luz de uma análise que considera relevantes a intencionalidade do processo criativo e os jogos implícitos na tessitura da trama. A metodologia consiste em análise do romance sob o ponto de vista da teoria de Freud sobre a memória e os estudos de Terry Eagleton, Luiz Alfredo Garcia-Roza e Renato Mezan. O primeiro fornece as bases para a compreensão do funcionamento do aparelho mnemônico e os seguintes comentam a teoria psicanalítica e sua relação com a literatura de forma que possibilitam a relação entre as duas áreas. Dessa maneira, pretende-se propor uma leitura do romance que evidencie a carga substancial da psicologia de Briony e as impressões e os traços inscritos em seu inconsciente que são determinantes para os rumos da narrativa. Culpa e redenção, expedientes centrais do romance, apenas emergem sob o trabalho da memória, que movimenta a história e enriquece a teia de significados que permeia a obra.