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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: A primeira impressão é a que fica? Ethos discursivo de presidentes no dia da posse, a partir de manchetes de jornais impressos paulistas
Autor(es): FELIPE DE SOUZA COSTA. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Ethos discursivo, Discurso jornalstico, Manchete
Resumo

Este trabalho tem como finalidade discutir como as manchetes dos jornais Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo constroem a imagem de presidentes da República no Brasil nos dias da posse de seus respectivos mandatos, no período de 1995 a 2015, em dias de posses de seus respectivos mandatos. Trata-se de uma análise linguístico-discursiva de orientação francesa e baseada, principalmente, nos estudos de Maingueneau (1997, 2008, 2010, 2011 e 2013). A eleição de um presidente prefigura e ratifica os ideais que constituem uma democracia. Nesse sentido, este trabalho se justifica na medida em que contribui para a proposição salutar de uma (re)discussão dos papéis das mídias frente a questões inerentes à sociedade contemporânea, como o tema da política. Numa República democrática, a figura do presidente eleito pode representar, para uma mídia que constrói o ideário de imparcialidade e objetividade, um verdadeiro desafio, além do surgimento de diversas tensões e conflitos de interesses. A fim de colocarmos em evidência de que maneira as imagens dos presidentes - ethos discursivo, como também dos próprios jornais, selecionamos as primeiras páginas do início de janeiro de 1995, 1999, 2003, 2007, 2011 e 201, as quais tratam dos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso, Luís Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Para tanto, dirigimo-nos aos acervos dos respectivos jornais e, norteados pela questão-problema: “Que imagens discursivas são criadas dos presidentes em seus dias de posse, partindo dos elementos linguísticos das manchetes?”, investimos na análise linguístico-discursiva, que permeia o trabalho com a noção de ethos discursivo, suportados pelos pressupostos teóricos do estudioso supracitado, os quais medeiam o deslizar analítico desta pesquisa, que tem uma abordagem qualitativa. Com vistas à obtenção de nossos objetivos, realizamos um recorte das materialidades linguísticas constantes na primeira página, sendo que passam a constituir nossos objetos de estudos e corpus as manchetes dos referidos jornais nos dias 01/01/1995, 01/01/1999, 01/01/2003, 01/01/2007, 01/01/2011 e 01/01/2015.   Assim, consideramos que as manchetes do período selecionado não representam apenas dados da realidade, mas interpretações dela, valorados na construção dos enunciados, para os quais, no momento de interação, são construídas imagens negativas ou positivas dos presidentes noticiados, em graus menores ou maiores de evidência explícita.