63º SEMINáRIO DO GEL - 2015 | |
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Título: | O MODELO DA LINGUÍSTICA SAUSSURIANA É A DEMOCRACIA? |
Autor(es): | Leonardo Paiva Fernandes. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 09/05/2025 |
Palavra-chave | Anlise do discurso, Ferdinand de Saussure, Histria das Ideias Lingusticas |
Resumo |
Neste trabalho, refletimos como Roland Barthes, em três trabalhos escritos na década de 1970, retomou os conceitos saussurianos de analogia, signo, significado, significante, significação e valor. Tomamos como ponto de partida o caminho aberto pela descoberta e pela divulgação dos estudos saussurianos acerca dos anagramas, cuja primeira publicação, apresentada e comentada por Jean Starobinski (1971), ocorreu em 1964. Tal caminho nos leva à figura de Ferdinand de Saussure dividida entre a sensatez e a loucura. Um autor que, outrora dividido entre o autor noturno (o teórico e especulativo) do Curso de Linguística Geral (CLG) e o cristalino (genial e positivo) do Mémoire sur le système primitif des voyelles dans les langues indo-européennes (PUECH, 2013), foi tido, no início dos anos 70, como o homem que ora tilintou o metal solar da ciência da língua, ora palmilhou a pedra lunar da poética da língua. A partir do quadro teórico da História das Ideias Linguísticas (AUROUX, 2006, 2009; COLOMBAT; FOURNIER; PUECH, 2010) em diálogo com a Análise do discurso (ORLANDI, 2001; PÊCHEUX, 1999, 2012), pretendemos, sobretudo, compreender como a figura de Saussure foi retomada por um autor que encontrou no trabalho do genebrino um campo próspero e fecundo de leituras, de concordâncias, de contestações, de releituras, de silêncios. Como Saussure retorna a um Barthes que já não acredita (ou parece não acreditar) na leitura-esperança de um autor descoberto em uma fase de denúncia dos mitos pequeno-burgueses, em que a semiologia lhe aparecia, “em seu porvir, programa e tarefas, como o método fundamental da crítica ideológica”? (BARTHES, 2001, p. XIII). Para refletirmos como essa oposição do autor Saussure age em um Barthes que critica o modelo de cientificidade da semiologia (ARRIVÉ, 2010; CALVET, 1973; CULLER, 1988), traremos como base de nossa leitura o texto “Saussure, o signo, a democracia” (200c), e discorreremos acerca de questões que dizem respeito à ciência, à Linguística e à língua em O prazer do texto (2002b) e Aula (2002a). |