63º SEMINáRIO DO GEL - 2015 | |
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Título: | Aforização ou fórmula discursiva: questões teórico-analíticas sobre o Volta, Lula! |
Autor(es): | Tamires Cristina Bonani Conti. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 09/05/2025 |
Palavra-chave | Discurso, Frmula discursiva, Aforizao |
Resumo |
A pequena frase “Volta, Lula!”, desde a sua irrupção por meio do pronunciamento de Bernardo Santana de Vasconcellos (MG) na Câmara dos Deputados, passou a estar presente nos mais variados tipos de texto e enunciadores, que se inscrevem em distintos posicionamentos discursivos. Percebemos que esta temática, embora bastante relevante tanto para os estudos da ciência política e da comunicação quanto para as ciências da linguagem, ainda foi pouco tratada, sobretudo no espaço acadêmico brasileiro. Nosso objetivo de fundo no presente trabalho é compreender o funcionamento discursivo das pequenas frases em política e a sua circulação em diferentes mídias a partir da Análise de Discurso de orientação francesa. Nossa preocupação inicial nesta pesquisa é compreender o que faz do “Volta, Lula!” uma espécie de pandemia discursiva (verbal e icônica) com quase sete milhões de ocorrências. Com base nos trabalhos de Krieg-Planque (2003, 2008, 2010 e 2012) acerca das fórmulas discursivas e de Maingueneau (2007, 2010a; 2010b, 2011 e 2012), sobre a teoria das “frases sem texto”, buscamos compreender as propriedades linguístico-discursivas do enunciado de pequena extensão “Volta, Lula!”, bem como de algumas de suas variantes icônicas. É na companhia de Maingueneau (2010, 2008) que refletimos sobre uma prática corriqueira na comunicação midiática contemporânea – a prática de destacar enunciados e fazê-los circular em novas arenas. Maingueneau (2010, p. 9) afirma que “poucas pessoas hoje contestariam a ideia de que o texto constitui a única realidade empírica com a qual o linguista lida: unidades como a frase ou a palavra são necessariamente retiradas de textos”. E os textos, por sua vez, remetem-se a gêneros de discurso, que funcionam como quadros de referência para toda a comunicação pensável numa dada formação sócio-histórica. Ademais, buscamos descrever, por um lado, os cotextos e os contextos pelos quais esse enunciado e algumas de suas variantes icônicas circulam no espaço midiático digital brasileiro, e, por outro, as razões conjunturais (políticas, sociais, históricas) que possibilitaram a emergência de tal enunciado. |