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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: Aspectos da Marcação de Posse nas Línguas Ameríndias
Autor(es): Paulo Henrique Pereira Silva de Felipe. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Posse Nominal, Lnguas Indgenas, Tipologia Lingustica
Resumo

Não é novidade para os linguistas, no que tange à análise e descrição de línguas, a elevada importância do estudo das línguas indígenas para a pesquisa científica, uma vez que se trata de um campo de estudos ainda muito pouco explorado. Pensando dessa forma, e tomando como pressuposto teórico o funcionalismo linguístico, esse trabalho propõe, portanto, uma análise tipológico-funcional da categoria linguística de posse nominal num conjunto de línguas indígenas faladas no continente sulamericano. Para a análise dessa categoria, nos ateremos, principalmente, à proposta teórica de Nichols (1988). De acordo com esta autora, há apenas dois lugares, na construção possessiva, em que se pode situar o marcador de posse: no núcleo (possuído), que geralmente ocorre em forma de afixo possessivo e constitui o padrão “núcleo-marcado”, ou no nome ou pronome dependente (possuidor), caso em que, tipicamente, ocorre em forma de um caso chamado genitivo ou possessivo e constitui o padrão “dependente-marcado”. Situar-se somente nesses critérios, no entanto, parece não ser suficiente para exemplificar a complexidade linguística da categoria de posse nas línguas do mundo, já que, além desses dois padrões ulteriormente mencionados, as línguas podem exibir outros, como: a dupla-marcação, em que ambos os membros da construção portam marcadores; a ausência de marcação, em que nenhum dos membros é marcado, ou ainda o sistema cindido, que exibe tanto o padrão núcleo-marcado, quanto o padrão dependente-marcado. Ainda, de acordo com Nichols, é provável que nenhuma língua desenvolva apenas um dos tipos de marcação de posse nominal. Todavia, segundo ela, há algumas características que favorecem mais um tipo em detrimento de outros. Assim, no que se refere à ordem dos constituintes da oração, a posição do verbo será um forte indicador do tipo de posse à qual as línguas disporão. As línguas cuja ordem é o verbo inicial (incluindo SVO como uma de suas variantes possíveis), tendem a favorecer o padrão núcleo-marcado; ao passo que as línguas em que o verbo é final na oração, tendem a favorecer outros tipos de marcação de posse. Isso posto, o objetivo geral deste trabalho é descrever a categoria linguística de posse nominal num conjunto de línguas indígenas sulamericanas, a fim de verificar de que modo essas línguas se comportam, em termos da categoria aqui descrita, bem como traçar possíveis generalizações. Para tanto, utilizamos como corpus de pesquisa as gramáticas descritivas destas línguas, disponíveis em forma de livros e/ou PDF.