63º SEMINáRIO DO GEL - 2015 | |
---|---|
Título: | O uso do hífen na aquisição da escrita |
Autor(es): | Viviane Favaro Notari. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 08/10/2024 |
Palavra-chave | Aquisio da escrita, Hfen, Produes textuais infantis |
Resumo |
O funcionamento do sinal gráfico hífen (-) não é transparente para os escreventes durante a aquisição da escrita. Por esse motivo, esses escreventes, em suas produções textuais, oscilam em seu registro, apresentando ora usos convencionais, ora usos não convencionais desse sinal gráfico. A partir da proposta de Tenani (2011), nossa hipótese é a de que esses usos, convencionais ou não, são produto da circulação desses escreventes por práticas sociais orais/faladas e letradas/escritas. Diante disso, neste trabalho, tivemos como objetivos analisar como as crianças, na aquisição da escrita, lidam com esse sinal gráfico, observando quando e como ele é registrado e quando e por que ele não aparece. Nosso corpus foi constituído por 421 produções textuais, elaboradas por 38 crianças da (antiga) quarta série do Ensino Fundamental I. Tivemos como referenciais teóricos os trabalhos de: Tenani (2011), a respeito do uso do hífen; Abaurre (1991), Capristano (2010), Chacon (2004), Cunha (2004) e Paula (2007), no que tange às segmentações não convencionais; e Tfouni (1994), Gnerre (1998) e Corrêa (2004), com contribuições a respeito das concepções de letramento e escrita. Na análise, encontramos dados em dois contextos: (1) registros convencionais e não convencionais do hífen e (2) registros inesperados do hífen. No primeiro contexto, foram identificadas 309 ocorrências, das quais 241 (78%) eram convencionais e 68 (22%) não convencionais. No segundo contexto, encontramos 16 registros inesperados de hífen, os quais se dividiram em (1) ocorrências em que as crianças parecem estar envolvidas com a dependência versus independência dos monossílabos não acentuados, com 10 (62,5%) registros, e (2) ocorrências em que as crianças estão envolvidas com a dependência versus independência semântica de alguns vocábulos com conteúdo pleno, com 06 (37,5%) registros. Qualitativamente, os resultados atestam nossa hipótese inicial, ou seja, ao registrarem, ou não, o hífen nos diferentes contextos, de fato, as crianças demonstram estar influenciadas por suas circulações em práticas sociais que envolvem o uso da fala e da escrita. |