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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: Epêntese vocálica em posição medial de palavras em Esperanto
Autor(es): Karina Gonalves de Souza de Oliveira. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave fonologia, Esperanto, epntese voclica
Resumo

O Esperanto é uma língua planejada, cujo projeto foi publicado em 1887. Desde então passou a língua viva, e atualmente é usado por falantes em vários países pelo mundo, tendo, inclusive, muitos falantes nativos. O objetivo deste trabalho é verificar se há epêntese vocálica em encontros consonantais em posição medial da palavra, em situações permitidas na Língua Portuguesa, mas que supostamente são proibidas em Esperanto. Com isso, pretende-se dar um passo a mais no entendimento da estrutura silábica desta língua, que ainda não tem seus postulados teóricos suficientemente estabelecidos, e verificar a possível influência da L1 (Língua Portuguesa) na realização da L2 (Esperanto). O fenômeno epentético ocorre na língua portuguesa (na variante brasileira) “transformando sílabas fechadas (CVC) em uma sequência de sílabas abertas (CVCV)” (Collischonn, 2004), como a palavra digno, citada por Collischonn para exemplificar que tipos de contextos foram relevantes para seu estudo da epêntese vocálica no português do sul do Brasil. Assim sendo, nossa hipótese é que em estruturas no Esperanto em que haja sílabas fechadas haverá uma ressilabificação para sílabas abertas, como pugno (CVCCV) para (CVCVCV), ou ofte (VCCV) para (VCVCV). Para tanto, foram feitas gravações com três brasileiros falantes de esperanto há mais de 20 anos. Foram escolhidas 20 palavras a serem estudadas (como punkto, subvencio, lingvo, entre outras) e 20 palavras distratoras foram misturadas a elas, sendo feitas três baterias de gravação com cada participante. A frase veículo usada foi “Parolu X en la portugala” (Fale X em português). Tivemos, no total, 360 frases registradas, das quais 180 foram separadas para a análise. Cada frase foi realocada em um arquivo aparte para a análise individual do aparecimento ou não da epêntese. O software Praat foi usado para análise dos dados. Para escolher os contextos fônicos estudados foi consultada a análise computacional feita por Marc Bavant, que analisou 47.387 palavras do dicionário oficial da Academia de Esperanto, o PIV (Plena Ilustrita Vortaro – Dicionário Pleno Ilustrado), e listou os encontros consonantais mais frequentes e a possível estruturação silábica das palavras.