logo

Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: VARIAÇÃO E ENSINO NO MUNICÍPIO DE PALMAS DE MONTE ALTO: O (NÃO) USO DA CONCORDÂNCIA VERBAL
Autor(es): Maria Zlia Alves Nogueira. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 08/10/2024
Palavra-chave Variao, Ensino, Concordncia verbal
Resumo

A democratização do ensino e consequente presença das variedades de usos linguísticos realizadas pelos falantes da língua portuguesa no Brasil, na década de 60, acabaram “rompendo” o paradigma de gramática tradicional ensinada nas escolas até então. Isso fez com que a escola passasse a vivenciar uma nova realidade: a heterogeneidade acontecia diante de uma suposta língua homogênea. Todavia, na atualidade, muitos docentes ainda desconsideram a variação da língua realizada pelos estudantes na composição de seus discursos, perdendo de vista, assim, a oportunidade de propiciar um ensino reflexivo. A Sociolinguística surge, nesse cenário, como uma alternativa para o estudo da língua em seu real funcionamento, visto que, nessa teoria, a variação linguística é considerada como um processo que não ocorre por acaso, mas motivado por fatores linguísticos e sociais. Apoiados, então, na Sociolinguística Variacionista, investigamos, na presente pesquisa, a variação da concordância verbal de terceira pessoa do plural, em textos de alunos do 6º e do 7º anos do Ensino Fundamental, do Colégio Municipal Eliza Teixeira de Moura, no município de Palmas de Monte Alto-BA. O objetivo desta pesquisa é identificar os fatores que motivaram a ocorrência de tal fenômeno e desenvolver, a partir da descrição realizada, uma proposta de intervenção pedagógica que contribua para o ensino de língua portuguesa nas escolas. Consideramos as hipóteses: 1) a origem dos alunos reflete diretamente sobre a variedade linguística que utilizam; 2) a escola em estudo, por ser composta por uma clientela heterogênea que atende tanto alunos da zona rural como urbana, embora esteja cumprindo o seu papel de transmissora da tradição gramatical, enfrenta um enorme contraste entre o que é ensinado e a realidade linguística desses falantes. Este estudo parte da metodologia da análise quantitativa da pesquisa Sociolinguística Variacionista e, em relação à fundamentação teórica, embasamo-nos, sobretudo em: Faraco (2008), Franchi (2006), Labov (2008 [1972]), Lucchesi (2000), Mollica (2013), Neves (2003) e Silva (2005).