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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: Manifestação Pacífica: uma fórmula ?
Autor(es): Deborah Danny da Silva Pereira. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Frmula Discursiva, Manifestao Pacfica, Contexto Discursivo
Resumo

O presente trabalho explora o funcionamento do termo  Manifestação Pacífica  (MP) durante as Manifestações de Junho de 2013. Seguindo a proposta de KRIEG-PLANQUE (2003, 2010, 2012), a pesquisa  parte da tese de que MP funciona como uma fórmula discursiva que, segundo a autora francesa, é caracterizada como detentora de um significante cristalizado; portadora de cunho discursivo; provida de um funcionamento como referente social e perspectiva(s) polêmica(s). As fórmulas  veiculam, dentro de uma estrutura concisa, grande quantidade de  sentido, remetem a uma história    e têm a  pretensão    de conservar um significado único para todas as pessoas, de maneira  que todos as conhecem e as utilizam – o que faz com que elas se afirmem como “um ‘lugar’ privilegiado para compreender a forma como os diversos atores sociais organizam, por meio dos discursos, as relações de poder e de opinião” (KRIEG-PLANQUE, 2010, pág. 09). A pesquisa objetiva, portanto, confirmar a tese de que MP opera como Fórmula Discursiva e, durante este processo de  caracterização de MP como Fórmula, pretende-se identificar as Formações Discursivas que foram produzidas em torno do termo citado, considerando as condições de produção nas quais ele estava inserido, bem como o caráter formulaico – portanto polêmico e paradoxal – do enunciado. Entende-se aqui Formação Discursiva como aquilo que pode e deve ser dito levando-se em conta a posição do sujeito numa dada conjuntura, de acordo com PÊUCHEUX (1977). O corpus é constituído de enunciados da forma   Manifestação Pacífica  e suas variantes  (Protesto Pacífico,  por exemplo)extraídos da mídia digital - comentários e publicações feitas em sites, blogs, jornais e redes sociais - entre os meses de maio e outubro de 2013 – momento no qual ocorria e debatia-se as Jornadas de Junho de 2013. É notória a presença do termo em contexto de textos-chave (lei sobre o Direito da Reunião e da Manifestação), manchetes de jornais e relatos diversos. Em relação à circularidade do enunciado citado, é possível vê-lo expresso em cenários de reivindicação dos direitos de protestar, no interior de movimentos sociais e coletivos organizados, em situações de greve, etc. e são nesses ambientes – com teor político e conflituoso - que a fórmula se cristaliza e ao mesmo tempo se torna região de atrito entre diferentes discursos, operando e se movendo dentro de uma prática discursiva.