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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: Projeto Glossário Terminológico Português-Mundurukú para séries inicias: primeiros passos
Autor(es): dioney moreira gomes, Tnia Borges Ferreira. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave glossrio terminolgico, Portugus-Munduruk, Sries iniciais
Resumo

O povo Mundurukú que vive na região do médio Tapajós, localizada no município de Itaituba (PA), apresenta situação sociolinguística bastante diversificada e um quadro escolar bastante peculiar nas séries iniciais, pois muitas vezes o professor atende alunos monolíngues, tanto em Português quanto em Mundurukú, na mesma classe. O Português vem ocupando cada vez mais espaço nessas comunidades, pois a proximidade com a cidade faz que o domínio da língua portuguesa seja necessário. O intuito desta pesquisa é a elaboração de um glossário terminológico Português-Mundurukú voltado para as séries iniciais do ensino fundamental, auxiliando no Letramento das crianças, ampliando o espaço dado à língua Mundurukú no ambiente escolar e contribuindo para a elaboração de material didático em língua Mundurukú. Dessa forma, este trabalho pretende analisar e documentar os termos presentes em livros didáticos das séries iniciais do ensino fundamental adotados nas escolas das aldeias Mundurukú da região de Itaituba (PA). A metodologia consiste em estudo sobre o povo, a língua, bilinguismo e Terminologia; identificação dos termos em textos dos livros didáticos; montagem de fichas terminológicas; buscas por definições em dicionários da área, nos livros didáticos e elaboração própria de definições; discussão da micro e da macroestrutura; e trabalhos de campo para buscar os equivalentes em Mundurukú por meio de oficinas terminográficas. Esta pesquisa se adéqua aos pressupostos teóricos da Teoria Comunicativa da Terminologia, (CABRÉ 1998, 1999, 2003 e 2005; KRIEGER & FINATTO, 2004), dialogando com a Socioterminologia, por reconhecer a variação, (GAUDIN 1993; FAULSTICH, 1995 e 2006). Além de partilhar da epistemologia dos trabalhos etnoterminológicos de Costa & Gomes (2013, 2015), que trabalham com os saberes tradicionais, e aprofundar os estudos terminológicos de Ferreira (2013) e de Gomes & Ferreira (2012, 2014 e 2015). A escolha de trabalhar com as terminologias usadas nos livros didáticos das séries iniciais adotados pelos Mundurukú se deu porque é justamente nessa fase escolar que as crianças iniciam seu contato com os termos. Entretanto, o uso exclusivo dos livros em Português e o Mundurukú sendo abordado apenas como uma disciplina, faz com que as terminologias sejam apresentadas apenas em Português. Dessa forma, o status do Português frente ao Mundurukú se eleva, aumentando a diglossia vivida. Portanto, é de suma importância um trabalho que busque tratar as línguas de maneira igual, mostrando que a língua indígena também é capaz de transmitir conhecimentos técnicos e científicos.