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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: Forma e função da reduplicação em línguas ameríndias
Autor(es): Angel H. Corbera Mori. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Reduplicao, Lnguas indgenas, Tipologia morfolgica
Resumo

Sapir (1921[1980]) afirma que o processo da reduplicação é “geralmente empregado com transparente simbolismo, para indicar certos conceitos como distribuição, pluralidade, repetição, atividade habitual, aumento de tamanho, acréscimo de intensidade, continuidade” (p.64). Sabe-se que a reduplicação pode afetar uma parte ou a forma total de uma determinada base, seja esta uma raiz, um tema ou uma palavra, originando uma nova base com um significado levemente modificado. O processo pode ter uma função tanto flexional quando derivacional, sendo a derivacional de maior ocorrência nas línguas naturais (Bybee 1985). Como afirma Hurch (2005), na reduplicação os formativos flexivos e/ou derivativos, que assinalam uma determinada categoria, derivam-se diretamente da estrutura fonológica de suas correspondentes formas simples, não flexionadas ou não derivadas. Quando se produz uma cópia morfológica total da base, assemelha-se à composição (Inkelas e Zoll 2005). De fato, como assinala Urbanzcyk (2001), há casos em que a reduplicação é similar à afixação, mas em outros, aproxima-se do processo de formação de palavras compostas. Segundo a forma em que a reduplicação se manifesta, ela pode ser (i) total ou (ii) parcial. No primeiro caso (i), há uma reduplicação total de uma palavra, uma base temática, ou mesmo, de uma raiz. No segundo caso (ii), que representa uma reduplicação parcial, pode ocorrer desde uma simples geminação consonantal, um alongamento vocálico, ou mesmo uma quase cópia total da base. Funcionalmente, os elementos reduplicados podem assumir funções variadas; por exemplo, um afixo que denota um significado específico, ao ocorrer reduplicado, pode manifestar um significado contrário a aquele que tinha inicialmente. A reduplicação também pode ter funções derivativas, participando, dessa forma, no processo de formação de novas palavras na língua. Tendo em conta essas características básicas da reduplicação, a presente comunicação propõe-se: (i) apresentar uma breve abordagem tipológica dos padrões reduplicativos em línguas ameríndias, (ii) registrar os padrões mais comuns de reduplicação, (iii) tratar de identificar o padrão mais prototípico que caracteriza as línguas ameríndias. Os dados a serem analisados serão extraídos de diversas fontes, sobretudo, de teses e dissertações acadêmicas. A interpretação e análises dos dados serão norteadas por uma abordagem funcional-tipológica, de acordo com os lineamentos teóricos de Whaley (1997), Givón (2001), Hurch (2005), Rubino (2005), Stekauer et al. (2012), entre outros.