63º SEMINáRIO DO GEL - 2015 | |
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Título: | Gênero o e Sexualidade: o olhar para o homossexual a partir do heterossexual em páginas do Facebook |
Autor(es): | Henrique Cintra Santos. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024 |
Palavra-chave | Cultura, Gnero, Sexualidade |
Resumo |
O painel tem a finalidade de apresentar alguns dados coletados e os resultados parciais de uma pesquisa em curso que propõe a análise de postagens e interações na comunidade de Facebook « #Orgulho de ser hétero » e seu respectivo blog. A pesquisa trabalha com a hipótese de que a performatividade dos gêneros, que é um dos principais postulados das teorias Queer, se confirma nesses espaços, já que a própria enunciação da sentença básica que fundamenta as propostas desses espaços, "eu sou hétero", tem clara ênfase performática. O olhar para esse dado parte dos pressupostos da teoria queer, a qual possui Butler como a teórica mais expressiva e percursora do movimento. A autora é responsável por desenvolver, dentro dos estudos de identidades, a teoria sobre a performatividade de gênero que é fundamental hoje para as pesquisas de gênero e sexualidade. A teoria trata do teor performático dos gêneros, abrindo espaço para a desconstrução de esteriótipos, categorias fixas e binarismos. O principal expediente metodológico para a coleta de dados por meio da etnografia virtual pretende demonstrar um discurso de uma estrutura social grande, que usa esses espaços para expressar uma certa perspectiva comum entre seus participantes e que confirma a importância de um olhar atento para os novos letramentos, os multiletramentos e seus campos de estudo adjacentes. Androutsopoulos e Hine atentam para essas questões e as possíveis dificuldades metodológicas que um estudo etnográfico em espaço virtual pode acarretar, e também confirmam a importância das ciências humanas em mirar esses espaços constitutivos das interações sociais contemporâneas. A metodologia de análise enfatiza a enunciação e a interação, privilegiando abordagens que trabalham com a noção de perforrmatividade dos discursos, como a pragmática de Austin. As conclusões da pesquisa, ainda parciais, apontam para a formação de enunciados e dinâmicas de enunciação e interação que reafirmam discursos estereótipos sobre gênero e sexualidade e que também abrem brechas para contradição. |