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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: UMA ANÁLISE ENUNCIATIVA DA PALAVRA “POVO” E DE SEUS ASSOCIADOS MORFOLÓGICOS E SINTÁTICOS NO DICIONÁRIO INFORMAL
Autor(es): Elza Contiero. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Dicionrio inFormal, Definio de povo, Deslocamento de sentidos
Resumo

Ao observarmos como processos sócio-históricos e políticos se inscrevem na construção das palavras, empreendemos uma análise a partir da definição da palavra “povo” no Dicionário inFormal. Elegemos para o nosso corpus este dicionário, constituído nas novas mídias e sem o amparo de uma editora e de uma autoria consagrada na lexicografia. Nesse sentido, ele vem rompendo os lugares de referência na produção de definições constituindo assim um novo lugar para a emergência de sentidos. Procederemos a uma análise semântica da palavra “povo” e seus associados diretos, formados pelos sufixos -ção, -mento, e -ado ­– como “povoação”, “povoamento”, “povoado” –, pelas nominalizações a partir de “povo” – como em “povinho”, “povão", “poviléu”–, bem como pelas suas formações sintáticas –tais como “povo brasileiro”, “povo muçulmano” – presentes nos exemplos e nas definições lexicográficas do Dicionário inFormal. Refletimos sobre como o sentido se forma em palavras, na configuração de formações morfológicas e sintáticas, a partir da relação dos falantes com a sua língua, o que julgamos como sendo um processo muito relevante. O Dicionário inFormal – que possibilita a coleta e descrição de novas realidades histórico-sociais – permite-nos ver como a linguagem opera entre a virtualidade do dizer e a atualidade discursiva, isto é, o acontecimento do dizer, para indicar traços histórico-sociais, políticos e religiosos, dentre outros, no processo da significação. O Dicionário inFormal aponta um caminho de deslocamento de sentidos que, diferentemente dos dicionários formais que se colocam num lugar de saber incontestável, incide sobre um novo modo na produção de um saber antes circunscrito apenas aos lexicógrafos. Diante desse embate, “perguntamo-nos: quem é então o sujeito que ocupa esse lugar na luta pelo sentido das palavras? Ou a quem pertence esse espaço de autoridade para dizer os sentidos diante da rápida atualização dos sentidos nos dias de hoje?”