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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: Projeto Sala/Ambiente de Leitura:sujeito-professor e formação imaginária
Autor(es): Denise Franciane Manfre Cordeiro Garcia. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Leitura; discursos, Sujeito-professor, Formao imaginria
Resumo

Recentemente, várias discussões a respeito do tema leitura vêm sendo abordadas não só no âmbito das escolas públicas. Desde 2009, com o Projeto Sala/Ambiente de Leitura, instituído pelo Centro de Referência Mário Covas, do Governo do Estado de São Paulo, uma “nova” forma de se trabalhar e desenvolver atividades relacionadas à leitura vem sendo proposta, a fim de levar essa prática ou hábito a todos os alunos da rede estadual de ensino, conforme traz o projeto. Contudo, tal projeto parece ter sido criado com a finalidade de universalizar uma prática que já estava, de algum modo e ao longo de décadas, em exercício nas bibliotecas escolares da rede estadual de ensino. As escolas públicas, da rede de ensino do Estado de São Paulo, estão recebendo um acervo novo de livros adotados pelo governo, assim como professores estão sendo capacitados e orientados para trabalhar nesse “novo” ambiente que é a Sala/Ambiente de Leitura. Juntamente com essa “nova” proposta de trabalho, nascem propostas de “novo” espaço de leitura, “nova” função e/ou cargo para o professor atuar dentro da escola, enfim, “novos” modos de trabalho com a leitura, de maneira que o espaço biblioteca e tudo o que ele envolve, inclusive os alunos e o incentivo à leitura, parecem ser anulados. Como o sujeito-professor-responsável é discursivizado nos documentos? Quais formações imaginárias atravessam os discursos sobre o sujeito-professor-responsável pelo “novo” ambiente? De que modo tais discursos são legitimados? Essas, dentre outras, são questões que nos inquietam e nos conduzem à investigação sobre a temática aqui discutida. Com base em pressupostos teórico-metodológicos da Análise do Discurso de linha francesa, analisamos, nesta abordagem, a Resolução SE 60, de 2013, que trata da atuação do professor responsável por esse “novo” espaço/ambiente. Elegemos, como corpus de análise, cinco das quinze atribuições designadas ao professor responsável pela Sala/Ambiente de Leitura, dado que elas sugerem um ‘modelo’ ideal de professor, cuja atuação deve(ria) se amparar nas instruções do documento. Desse modo, buscamos compreender as formações imaginárias que atravessam os discursos dessas atribuições presentes nos documentos oficiais e que, por sua vez, legitimam e constituem o sujeito-professor-responsável pelo Projeto Sala/Ambiente de Leitura.