| 63º SEMINáRIO DO GEL - 2015 | |
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| Título: | O sentido do (não) civilizado no discurso científico quando o objeto fala |
| Autor(es): | ELISNGELA LEAL DA SILVA AMARAL. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024 |
| Palavra-chave | semntica, sentido, civilizado |
| Resumo |
Ao longo dos anos, tonou-se tradição entre a comunidade intelectual registrar os acontecimentos como fatos históricos que compõem a memória da existência das chamadas civilizações. Tais fatos, narrados por quem os vivenciou ou de alguma forma teve acesso a eles passam a ser registrados sob o título de estudos científicos, ou ciências de determinadas esferas sociais e humanas. Em sociedades regidas por disputas de poder, as vozes podem ser plurais, assim como os sentidos também o podem. Nessa perspectiva, diante de fatos demarcados como constituintes da História do nosso país, logo da nossa história, cabe questionar de que lugar discursivo-enunciativo ecoa que voz para procurar compreender que sentido(s) faz(em) a história desta chamada nação.
Em uma época em que tudo já parece definido, demarcado linguisticamente por sentidos outros, em uma semântica na qual enuncia um “eu”, podendo alternar-se com um “tu” inicial, o real pode suscitar uma nova busca de sentido. Se a história cristalizava um eu colonizador e um tu colonizado, o agenciamento de um locutor em uma dada cena de enunciação, não seguindo a ordem inicialmente aceita como fato, poderia, a partir de um dado acontecimento, oferecer sustentação a um novo sentido. Nesse sentido, isso parece ser o que acontece quando o indígena da etnia Xavante, agenciado em locutor por uma cena enunciativa em particular, enuncia da posição ou do lugar de colonizado, trazendo as memórias de tempos em que, habitando esta terra, se viu assaltado por um povo específico, trazendo significações linguísticas específicas para defini-lo e explicá-lo de um ponto de vista outro. Acostumado a ser descrito e inscrito nos dicionários e livros de História da chamada civilização calado, o Xavante locutor agora fala, ou agora se vê em espaço para falar. E é por esse viés que buscamos reconstituir o sentido de palavras como civilizado, civilização e civilizar. Deste modo, este trabalho busca significar um outro lado da história, ou significar a História por um outro lado. |