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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: DISCURSO E ESTEREÓTIPO: O FUNCIONAMENTO DO HUMOR EM CHISTES FEMINISTAS
Autor(es): Paulo Henrique Silva. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Discurso, Humor, Esteretipo
Resumo

â€Desde os estudos de Freud (1900, 1905), o humor tem adquirido crescente relevância em inúmeros campos de pesquisa, especialmente no campo linguístico-discursivo. Um elemento peculiar entre as diversas manifestações humorísticas são os chistes, tema de um sofisticado estudo freudiano e objeto de análise desta comunicação. Além dos preceitos teóricos do autor austríaco, busca-se embasamento na Análise do Discurso de tradição francesa, especificamente nos estudos sobre o humor (POSSENTI, 1998, 2010; RASKIN, 1985) e sobre a noção de estereótipo (AMOSSY, 2008). O corpus é constituído por um conjunto de piadas com certo teor obsceno classificadas por Freud como smut e cujo ingrediente principal é a figura da mulher. A partir desse material, coletado em sites de humor e redes sociais, este trabalho tem por objetivo maior investigar quais traços dessa classificação proposta há mais de um século continuam operando nos chistes em circulação atualmente e quais características parecem ter se alterado, tendo em vista, principalmente, a posição social que a mulher ocupava na época em que Freud publicou seu estudo e a posição desfrutada hoje. Em geral, os chistes são produzidos recorrendo-se a estereótipos e são sobremaneira um material de análise rico, pois em sua maioria fazem circular discursos polêmicos. É neles que se diz o que não é socialmente aceito. Além disso, esse material humorístico versa sobre questões políticas, sexuais, institucionais, em suma, temas bastante controversos que permitem observar aspectos ideológicos que estruturam a sociedade. Como objetivo adicional desta comunicação, analisar-se-á o jogo linguístico que envolve categorias como metáfora, metonímia, aliteração, rima e outros aspectos (semânticos, sintáticos, discursivos) buscando explicitar a “chave” de compreensão dos enunciados, o gatilho que ocasiona o riso. Enfim, os chistes são exemplos da materialidade discursiva que compõe o tecido social. Da mesma forma como os discursos nos quais se inserem, representam forças em tensão e, portanto, demandam descrição e compreensão.‹â€‹