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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: O DIZER DE SI DE PACIENTES PSIQUIÁTRICOS: ENTRE (A)NORMALIDADES E CONTRADIÇÕES
Autor(es): FABIANA DE ALMEIDA ANJOS. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave identidade, anormalidades, discurso
Resumo

Este trabalho tem como objetivo estudar o imaginário dos pacientes psiquiátricos e rastrear, em seus dizeres – através das  representações imaginárias de si e dos outros –, até que ponto esses pacientes sem veem como marginalizados. Eles, que são comumente nomeados genericamente de psicóticos, mentalmente anormais ou loucos, segundo Foucault, têm “(...) certo número de equívocos (...) [que] vão continuar a perseguir por muito tempo a figura do homem anormal (...)” (FOUCAULT, 2001, p. 48). Busca-se ainda, com a pesquisa, entender quais são os fatores, valores, pessoas, lugares, experiências, instituições etc, que os mantêm ancorados à “vida real” e que os permitem (con)viver – mesmo que por vezes sejam representados como “monstros” e apresentem “(...) uma violação das leis da sociedade, (...) uma violação das leis da natureza” (FOUCAULT, 2001, p. 47). Por meio de entrevistas semiestruturadas, que serão feitas com os próprios pacientes, no CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) onde frequentam, analisaremos a materialidade linguística dos relatos – tomando a linguagem como simbólica, plural e heterogênea. Assim, procuramos contribuir para a reflexão acerca do que é considerado um “anormal” hoje, revelar esse grupo de marginalizados, que têm suas vozes (quase) nunca registradas por escrito (pois têm “existência verbal” (FOUCAULT, 1977)), além de compreender, se possível, resvalos da sociedade hegemônica no modus vivendi daqueles que dela foram excluídos, ao observar a presença do olhar do outro (instituições, pessoas, outros dizeres) sobre a sua identidade – este último, movimento constante nos trabalhos em Análise do Discurso. Esta pesquisa faz parte de discussão mais ampla dentro do grupo “Vozes (In)fames: exclusão e resistência”, orientado pela Professora Dra. Maria José Rodrigues Faria Coracini, do Instituto de Estudos da Linguagem, da Unicamp, do qual faço parte desde 2009. O projeto está em fase de início, e se busca debatê-lo em eventos da área, para que novas ideias sejam eventualmente incorporadas à pesquisa.