logo

Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: Nederlandse em Braziliaanse: a influência das renegociações culturais sobre as políticas linguísticas em uma comunidade de imigrantes holandeses de Arapoti-PR
Autor(es): lyda Henrietta Zomer. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Polticas Lingusticas, Renegociao Cultural, Imigrantes Holandeses
Resumo

A comunidade de imigrantes holandeses de Arapoti se instalou no interior norte do Paraná no ano de 1960. Deste então, as poucas famílias holandesas que vieram em busca de uma vida nova, em conjunto com os brasileiros, já moradores de Arapoti, passaram e passam por constantes renegociações culturais. Considerando esse contexto, o presente trabalho objetiva refletir    a influência das renegociações culturais entre brasileiros e holandesesdescendentes de holandeses sobre as políticas linguísticas adotadas na comunidade em meio as relações de interculturalidade em que esses sujeitos estão envolvidos. Para tanto, afirmamos que as políticas linguísticas existem mesmo quando não são explícitas ou estabelecidas pelas autoridades e podem ser deduzidas a partir de práticas, ideologias e crenças das pessoas (MCCARTY2011).Sendo assim, as “fronteiras” que se dão nas renegociações culturais (BHABHA, 2013); (CANCLINI, 2013) – fronteiras essas que se formam com base nas relações  de diferença entre brasileiros e holandeses –  possuem relação com as políticas linguísticas estabelecidas pelos próprios sujeitos,  afinal, “[a]firmar identidade significa demarcar fronteiras, significa fazer distinções entre o que fica dentro ou que fica fora” (SILVA, 2009, p. 82).Tais “fronteiras”    são ressignificadas, remarcadas a todo momento uma vez que, a  representação da diferença não deve ser lida apressadamente como reflexo de traços culturais ou étnicos preestabelecidos, inscritos na lápide fixa da tradição (BHABHA, 2013, p.21).  Vale ressaltar que olhamos para as “fronteiras” por um viés cultural, pois estas nos “remetem à vivência, às sociabilidades, às formas de pensar intercambiáveis, aos ethos, valores, significados contidos nas coisas, palavras, gestos, ritos, comportamentos e ideias” (PESAVENTO, 2000, p.36).  Em termos metodológicos, a pesquisa adota os princípios qualitativos de cunho etnográfico interpretativista. Utilizamo-nos de instrumentos como entrevistas individuais e o diário de campo para a geração de dados. Esta comunicação propõe-se a apresentar alguns dos resultados parciais da pesquisa ainda em curso, que apontam para a forma como o processo de interculturalidade vem atuando, historicamente, nas políticas linguísticas locais, a partir de três pontos de referência: a igreja da comunidade, a cooperativa e a escola – locais em que as práticas de renegociação entre holandeses e brasileiros puderam ser mais claramente observadas