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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: MECANISMOS DE JUNÇÃO E(M) TRADIÇÕES DISCURSIVAS: A AQUISIÇÃO DE ESCRITA EM FOCO
Autor(es): Lcia Regiane Lopes-Damasio. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave tradio discursiva, mecanismos de juno, aquisio de escrita
Resumo

Desenvolvido no Grupo de Pesquisa  Estudos sobre a linguagem  (GPEL/CNPq 400183/2009-9), este trabalho propõe uma reflexão sobre os mecanismos de junção, em construções paratáticas e hipotáticas, com acepções de  tempo,  condição  e  contraste, em dados de aquisição de escrita. Para isso, parte da hipótese de que esses mecanismos devam ser analisados em seu contexto discursivo, em associação com suas propriedades prosódicas, morfossintáticas e semânticas, e fundamenta-se em um modelo funcionalista de junção (RAIBLE, 2001); em um entendimento da escrita como constitutivamente heterogênea e como modo de enunciação (CORRÊA, 2004); e em uma concepção de aquisição de escrita que considera as tradições discursivas (KABATEK, 2006). O seu objetivo é descrever e analisar os mecanismos de junção  temporais,  condicionais  e  contrastivos, em tradições discursivas distintas, buscando critérios para a sua caracterização, nos níveis tático e semântico-pragmático, a fim de estabelecer relações entre as noções semânticas envolvidas e  as tradições discursivas e  mesclas  de tradições. O universo da investigação é constituído de 50 textos, produzidos por alunos da antiga primeira série do  Ensino Fundamental de uma escola pública e periférica de São José do Rio Preto, extraídos do banco de dados que subsidia as pesquisas do GPEL. Os resultados da análise, quantitativa e qualitativa, revelam: (i) no que tange à forma e ao sentido dos mecanismos de junção – que as relações são codificadas paratática e hipotaticamente, na superfície do texto; e que a noção de  tempo  subjaz as noções mais abstratas de  condição  e  contraste, numa via produtiva de inferências, coerente com as relações entre ontogênese e filogênese; (ii) no que tange à relação entre tradição discursiva e junção – que as noções semânticas estão diretamente associadas ao contexto discursivo da tradição que constituem; e que, nos limites entre tradições discursivas, é recorrente o emprego da justaposição com acepções distintas, enquanto gesto que aponta, no espaço gráfico, para a situação concreta de enunciação. Tanto (i) quanto (ii) mostram que, para juntar porções textuais de natureza formal distinta, os sujeitos fazem escolhas, nos eixos sintagmático e paradigmático, e tais escolhas sinalizam, na materialidade linguística do texto, a heterogeneidade constitutiva da escrita e dos próprios textos em que essa escrita se constitui.