63º SEMINáRIO DO GEL - 2015 | |
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Título: | Cidade e Tecnologia: corpo e afeto no laço geossocial |
Autor(es): | MARCOS AURLIO BARBAI. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 08/10/2024 |
Palavra-chave | corpo, afeto, comunicao |
Resumo |
Os dispositivos de conectividade, particularmente os smartphones (telefones celulares interligados em rede, via Internet) tem produzido hoje um fenômeno no corpo da cidade: nossa mobilidade e nossa comunicação respondem, cada vez mais, a uma organização online – o que faz da conectividade uma ferramenta poderosa de laço social. A nossa presença física, no corpo da cidade, é assim ampliada, promovendo um conjunto de jogos de georeferenciação, que tem transformado a nossa dinâmica social de encontros. Assim, partindo dessas ideias, e ancorados no campo de estudos da Análise de Discurso, propomos neste trabalho, em simpósio, que reúne pesquisadores interessados nas problemáticas da relação entre discurso e tecnologia, refletir sobre as condições de sociabilidade e comunicação, atravessadas pela construção digital e espacial da corporeidade. O nosso objeto de análise é um aplicativo para smartphone, o Scruff, uma ferramenta digital, que oferece serviços de localização e comunicação geossocial, em rede, para gays. O Scruff, utilizado por mais de 5 milhões de usuários no mundo todo, é um aplicativo de paquera, utilizado por rapazes, que permite localizar usuários que se encontram digitalmente próximos para assim trocar mensagens de texto, fotos e vídeos. Nós queremos, ao analisar esse dispositivo, que promove encontros também sexuais no corpo da cidade, unindo localização física (através do GPS – sistema de posicionamento global) e informações individuais, pensar os processos de construção discursiva de identidade em rede. O que nos motiva, neste trabalho, é a possiblidade de observar a linguagem nos processos de constituição de laço social. Um laço em rede, que tem revolucionado nossas condições físicas e simbólicas de sociabilidade. Queremos nos perguntar sobre a materialidade desses encontros, questionando um conjunto de pré-construído, que circula em diferentes espaços de comunicação, caracterizando os encontros digitais como relações frívolas, furtivas, casuais e fúteis. A tecnologia tem o poder de determinar os afetos? |