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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: Inconsciente e ideologia – deslizamentos de significantes à significação
Autor(es): Ana Maria Carnevale. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave significante, ideologia, letra
Resumo

Esta escrita vem tentar pensar as relações que se colocam entre inconsciente e ideologia. Para tanto o deslizamento dos significantes se nos coloca diante à questão da significação. Vamos tecendo os significantes de nossa história... para tentar significar algo para nós.

Partindo, como o fez Lacan de uma pergunta crucial para nossas pesquisas “O que é o significante? [...] Ele é primeiro aquilo que tem efeito de significado[...] entre os dois há algo de barrado a atravessar. (LACAN, [1972-1973], 2008, p. 25)

O que nos coloca diante da questão de que “o significante sempre se antecipa ao sentido” (LACAN, 1998, p. 505) e que a letra é suporte material do significante. Em sendo assim, o lugar da letra que inscreve o sujeito do inconsciente marcado pela ideologia, considerando que, no movimento da língua na história, muitos sentidos podem se dar (ou se apagar) na cadeia significante, é um lugar a ser pensado.

É nessa relação da língua, entre significante e significado que nos damos conta que o sujeito não é apenas sujeito do inconsciente, que comparece nos atos falhos, nos chistes, nos sonhos, e nem sujeito ideológico, manifestando ilusoriamente de que há uma comunicação possível. Em nosso percurso enquanto pesquisadores, sabemos que não há uma comunicação plena possível, posto que na construção de sentidos há sempre deslizes dos dizeres, que nos mostram que quando se diz algo se deixa de dizer uma outra coisa e ainda, que no silêncio há várias formas de sentido e de constituição do humano.

Há, pois, uma cadeia significante que desliza e permite que um sujeito advenha. E é nessa cadeia significante, sempre modificada, que vários sentidos podem se dar. Daí podermos inferir que historicamente sentidos são construídos e que cada sujeito pode, em determinado momento dizer algo sem que isto implique em que esta seja a única possibilidade do dizer.