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Programação do 63º seminário do GEL


63º SEMINáRIO DO GEL - 2015
Título: Análise prosódica de hipersegmentações de palavras escritas
Autor(es): Roberta Pereira Fiel. In: SEMINÁRIO DO GEL, 63 , 2015, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2015. Acesso em: 05/05/2024
Palavra-chave Escrita, Palavra, Prosdia
Resumo

Esta pesquisa tem o objetivo de investigar possíveis relações entre os enunciados falados e escritos a partir da análise fonológica de palavras hipersegmentadas. A hipersegmentação pode ocorrer por meio da presença não-convencional do espaço em branco, como em “com migo” ou por meio da presença não-convencional do sinal gráfico hífen, como em “conversa-se” (conversasse). Assumimos a perspectiva de que, em alguma medida, a motivação dessas grafias não-convencionais da palavra escrita está relacionada concomitantemente a informações prosódicas (que dizem respeito à organização das sílabas átonas e tônicas em diferentes constituintes fonológicos, como pé métrico, palavra fonológica, etc.) e letradas (que dizem respeito à colocação de espaços em branco e do hífen como indicadores de fronteira de palavra na escrita). Para o desenvolvimento deste estudo, utilizamos um córpus constituído de hipersegmentações de palavras identificadas em uma amostra longitudinal de 484 textos escritos por 19 alunos que cursaram os quatro últimos anos do Ensino Fundamental (doravante EF) em uma escola pública paulista. Quanto aos aspectos metodológicos, foram estabelecidos dois critérios para a identificação das segmentações não-convencionais de palavras escritas por meio do branco: (i) comparação dos espaços em branco entre palavras ao longo do texto; (ii) comparação entre as grafias das mesmas letras dentro de palavra que sejam semelhantes as que ocorrem no mesmo texto. Para a análise das hipersegmentações, é tomada a presença não-convencional do branco ou do   hífen como marca gráfica motivada pela presença de fronteira de constituinte prosódico. De uma forma geral, podemos observar que há mais hipersegmentação de palavras dissílabas e trissílabas, uma vez que esse conjunto soma 72,2% (52/72), ou seja, mais da metade dos dados. Para os dissílabos, que perfazem 13,8% (10/72) dos dados, há uma predominância em hipersegmentar palavras constituídas de pés iâmbicos, como “em fim”. Para os trissílabos, que possuem um total de 48,6 % (35/72), há tendência em hipersegmentar a primeira sílaba pretônica, como “com tigo”. Já para os polissílabos, que somam menos da metade dos dados, 27,7% (20/72), há tendência em hipersegmentar as duas primeiras sílabas que formam um pé métrico, como em “simples mente”. (Apoio: PIBIC/CNPQ- Processo 25642).