Programação do 63º seminário do GEL

Este estudo busca discutir as posições e funções dos marcadores discursivos existentes na língua inglesa falada, de forma a analisar esses elementos como articuladores dos segmentos textuais e/ou sinalizadores do fluxo interacional. Trata-se, portanto, de um estudo sociointeracional das estratégias empregadas pelo falante em seu texto oral, utilizando como arcabouço teórico, as formulações advindas da Análise da Conversação (AC). Optamos pela investigação dos marcadores discursivos (doravante MDs) em função de percebermos as várias recorrências dos mesmos em eventos comunicativos nos quais os textos são produzidos de forma espontânea (entrevistas, conversas e outras modalidades  orais em que não há roteiro prévio). É oportuno considerar que a função dos marcadores não é fixa e, na maioria dos casos, eles desempenham mais de um papel, por isso, é preferível enfocar as funções predominantes de cada marcador nos exemplos apresentados, como, por exemplo, a função de organizar e estruturar o texto do falante, assim como a de marcar opinião, a de aproximar ou distanciar esse falante do tópico discursivo em questão, entre outras. O corpus da pesquisa é formado por uma entrevista concedida por Edward Snowden no ano de 2014, exibida no programa de televisão Milênio, no canal a cabo Globo News, com posterior transcrição para a análise dos dados. No que tange ao funcionamento, pode-se afirmar que esses recursos se apresentam não apenas na forma descritiva, mas também colaboram para a produção de efeitos de sentido dos textos. Vale ressaltar que o uso dos marcadores não somente operam no âmbito da coesão, como também no campo da coerência, já que proporcionam uma modificação no conhecimento semântico do discurso, além de comprometerem o sujeito, indicando suas posições subjetivas. Por meio dessas marcas deixadas no discurso pelo falante, pode-se conhecer seus pontos de vista, suas atitudes, suas estratégias  e posicionamentos, mesmo que não sejam revelados explicitamente.